“Doce (de) leite” - Soneto
“Doce (de) leite” - Soneto
Cá estou eu no doce deleite dos teus braços
No peito nu, definido, de saliva, lambuzado
Dedos curiosos vão contornando meus traços
Brincam com os fios do meu cabelo espalhado
Fazendo me calar, tua boca sufoca os gemidos
Teus dedos são tentáculos que nos enlaçam
Deslizam... Eriçando todos os sentidos
Vasculham, buscam, exploram, encontram
Tua voz ofegante é promessa de algo vindouro
Argamassa de suores, desejo que não se finda
O ápice do querer, seguida da paz bem-vinda
O silêncio que se segue, diz tudo, vale ouro
Lânguidos desfrutamos, corpo tatuado em mim
Esse amor alimentado, envolto em lençóis de cetim.
Glória Salles
05 novembro 2008
17h14min
Oferenda
Há todo um envolvimento e, movimento acontecendo, apetecendo...mais e mais.
Há uma ordem e desordem que cutuca e dispara meu coração batendo desenfreado.
Há um brilho intenso, sem compostura, de fácil leitura que os olhos traduzem.
Na face corada, na boca risonha, lábios carmim.
O que trazes pra mim?
Uma oferenda, um buquê de jasmim e, a certeza que estou
Amando!!!!
Nereida.
“Vento peregrino”
O gemido da noite nas frias madrugadas
Acordam a tormenta que a alma abriga
Sentimento alado, emoções sem vagas
Laçam-me o coração, pondo - me perdida
Então decido vagar por tudo o que sei
Flutuo em transe, deixando-me seduzir
Em perfumados risos meu silencio calei
No cheiro de manhãs com gosto de porvir
O canto etéreo do vento parece entender
O apelo suplicante, profundo do coração
Que no manancial de cores quer se perder
Caçando tantos sons peregrinos, nos vãos
Acordo com a voz quente que causa arrepio...
Adormeço na boca que adoça e me põe no cio.
Glória Salles
Grata pela gentil visita.
No meu cantinho...
Temperamento
Temperamento
by Betha Mendonça
Sou delicada com meu caderno,
Dele minha pena tem pena,
Acaricia-o com suavidade,
E o beija com tinta carmim.
Já a minha boca pequena,
Quando muito provocada,
Morde até cachorro grande,
Não que seja mal educada:
É uma boca temperamental!
*Imagem @betha
Inaudível
.
Inaudível
É tão difícil
- Ó música que impiedosamente me castigas!
Escrever conceituando o silêncio
Sua brancura é demasiada
Sua negrura tão excessiva
- asfixiante ! –
Que a surdez
Inviabiliza a boca
- Ó beijo atmosférico que me rejeitas ! ... –
Fechando-a
Na mente que busca em vão
A anestesia
Para a palavra ferida
Luíz Sommerville Junior, 110320140247
.
Como me encantava!?(Dedicatória)
COMO ME ENCANTAVA!?
Olho para mim aqui sentada
Olho o papel que me parece incomodado
E eu sem ideias incomodada.
Vou escrever qualquer coisa, faço-lhe a vontade
Me vêem à ideia momentos irrepetíveis, me deixo na
saudade.
Sinto-me até entusiasmada, agora!
Mesmo avançada que é a hora.
Lembro a força com que nos amávamos
Um calor maior que o Verão!
Depois loucamente nos abraçávamos
Ali mesmo no nosso pedaço de chão.
Intermináveis noites de amor
Tudo era a nosso favor!?
Lembro como ficava louca
Por nada deste Mundo vou esquecer
Do sabor a romã da tua boca
Em todo o tempo que me resta viver.
Ficar profundamente adormecida
Enlaçada nos teus braços para sempre
Sublimados todos os meus desejos
Acordar? Me acordavas com teus beijos.
Horas e horas nos teus braços
Como me encantava!?
E na despedida havia abraços
O Amor era tanto que a nada se negava.
Levada pela alegria da recordação
Romantica me deixo!
Ainda ouço as batidas do coração
Como quem buscava do sol a luz
Apertavas-me com tanta força e eu a ti
Te dizia: para sempre te vou amar
E cumpri.
Hoje de recordar me deu vontade
De recordar muito mais ainda
De recordar melhor, com saudade!
Esse tempo de amor, amor que não finda.
Empolgante é ainda amar!
Foi assim nosso destino, e como uma prece
Ainda hoje o amor nesta saudade floresce.
rosafogo
Raro fazer poesia sobre o Amor.
Mas meu coração ainda está vivo
“Você, minha essência”
Tuas palavras febris pôe em festa meu coração
E o sonho peregrino, arvora em meu peito
É feitiço... Magia que me faz perder a razão
Segredo sussurrado, do desejo, suave preito
O toque de tuas mãos, a brasa que me aquece
Ao deslizar por meu corpo, captura o sorriso
Acorda os desejos, abriga minhas fantasias
E no olhar soturno, derrama um brilho preciso
Nos teus olhos lúcidos, um calor duradouro...
Tua voz límpida qual prece, emanando clareza
Tua boca, me embriagando com tanta destreza
Teu peito, meu refúgio, leal ancoradouro...
Teus braços, que me acolhem com leveza
Teu coração, cais onde aporto minha certeza.
Glória Salles
13 janeiro 2009
00:36hr
No meu cantinho...
No Céu da Boca
No Céu da Boca
by Betha M. Costa
No céu da minha boca carmim,
Brilham milhares de estrelas,
Deliciosas gotas de gergelim,
Permutadas em lambidelas.
Em beijos ardentes me atrelas,
Ao despertar-me afetos sem fim,
No céu da minha boca carmim,
Brilham milhares de estrelas!
Ao perfume do pé de alecrim,
Choro aos ventos minhas mazelas,
Pois não tive outro amor assim,
Que deixasse saudades tão belas,
No céu da minha boca carmim.
Imagem photobucket.com
Amor Adeus
Amor Adeus
Já não devo mais temer a tempestade
Nem a água que em cascata encharca meus cabelos
Minha boca tenta em vão dizer teu nome
Na poeira escrevo adeus com os meus dedos
Eu já não posso encontrar o teu sorriso
E não sinto tua magia, o teu encanto
Eu não me lembro da tua doce companhia
E o teu corpo, eu nem sei mais se havia. . .
Nesta noite sob o céu que me rugia
Como ondas arrebentando em mar revolto
Pouco a pouco esfriando o meu corpo
Pouco a pouco, eu já nem sei mais se havia. . .
Se havia, vai ficando como a chuva escorrendo
Apagando as imagens na memória
E agora esta morrendo, como a chuva escorreu
Se havia, já é hora de dizer, meu amor. . . adeus. . .
Alexandre Montalvan
Na tua boca de cetim
Deixa-me fazer-te um verso em alecrim
na tua boca de cetim,
deixa-me fazê-lo só para ti,
ainda que me esqueça de mim....
José Guerra (2011)