Poemas -> Reflexão : 

São de espanto os olhos

 
São de espanto,
Os olhos

São procura,
Desejo de fuga

São de medo,
Os contornos
Dos lábios,
Estremecimento de
Pétalas –

Na garganta
Aprisionada, como
Gavinhas de aço,
Sufocando
A pergunta

E são de sangue,
As unhas,
Debatendo-se

As pernas,
Contorcendo-se,
E as roupas (agora trapos,
Tecido-timidez),

Após o rasgo,
Da lâmina e
Da penetração,
Assassina

Rosa abandonada,
De braços em
Concha

Fechando-se,
Chamando,
A si, a dignidade –

No tapar
A nudez,
Aos olhos-pedra,
Da Cidade

Jorge Humberto
in A Cidade 1ª parte O Membro

 
Autor
jorgehumberto
 
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