Poemas, frases e mensagens de eric_p

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de eric_p

Solidão

 
Triste e fria manhã de Novembro,
Uma chuva miúdinha cai sobre o meu rosto,
Misturando-se com as minhas lágrimas que me escorrem sobre a face
Caindo sobre o meu coração gélido.
Caminho pela rua de mãos dadas com a solidão,
Tudo o que vejo são apenas sombras inanimadas
Que parece terem sido congeladas no tempo e no espaço.
Apenas vagueio...
Não vejo por onde ando, nem penso para onde vou
Deixo deslizar o meu corpo, seguindo o fluir do meu sangue.
Não posso parar, isso não
Se o fizer serei mais uma sombra inanimada no meio de tantas outras.
Dou um passo, e a seguir mais outro...
Continuando a ter a solidão como minha fiel companheira
Entrelaçando fortemente os seus dedos nos meus,
Não me deixando escapar.
Passo a passo e a minha caminhada transforma-se num bailado,
Ao som de uma silenciosa sinfonia que apenas eu consigo ouvir,
Fazendo-me rodopiar como um furacão em plena tempestade.
A tristeza invade cada vez mais o meu corpo,
Eu apenas tento-me manter sóbrio.
Vou colocando um pé á frente do outro,
Caminhando assim enquanto tenho forças,
A solidão vai-me acompanhando jornada a jornada,
Sem nunca desertar, mantendo sempre o seu posto firme
Sempre fiel e boa conselheira,
Mas sem força para me ajudar a levantar quando caio,
E sem palavras doces para me consular enquanto choro.
Continuo a caminhar passo a passo,
Com uma mão dada á solidão
E com a outra apertando o meu coração...
 
Solidão

Traição

 
Não há coisa mais cruel,
Que um apunhalar nas costas.
Não é a dor física que mata
Mas sim a mistura da surpresa com o desgosto…
Que ataca o coração e congela o sangue,
Ofusca a mente e a visão.
A isto eu chamo traição...
Podes me cravar o punhal bem fundo,
Até chegar ao coração,
Posso sangrar até não ter mais sangue
Mas não será isso que tirará a vida,
Será a hipocrisía, a arrogância assim como a ganância.
Enquanto me trais não me olhes nos olhos,
Porque assim sugar-te-ei a alma,
E a tua dor será maior que a minha.
Não penses em apunhalar-me quando estou de costas
Porque assim serás um cobarde,
Que não consegue enfrentar a mim e ao Mundo
E tiveste que me trair pelo medo.
Sabes que se me traíres eu não quererei vingança,
O destino se encarregará de ti
E tu serás o seu maior aliado na tua própria destruição.
Poderás fugir, mas não te poderás esconder,
Porque apenas fugirás de ti próprio,
E o punhal que utilizaste para me trair
Será o mesmo que te matará…
Lembra-te até ao fim dos teus dias,
Que enquanto me espetas um punhal no meu coração
Apunha-las mais intensamente a tua alma.
 
Traição

Lágrimas

 
Lágrimas que me escorrem pelo rosto
Caídas dos meus olhos.
Mais que um simples fluído,
Elas representam um sentimento.
Posso chorar de alegria,
Mas também posso chorar de tristeza.
Quando choro de tristeza
As lágrimas lavam a minha alma,
E consolam o meu coração.
Cai mais uma lágrima,
E meus olhos começam a ficar vermelhos
Escondo-me para ninguém ver que também choro
Ficando sozinho na escuridão.
Posso chorar compulsivamente
Ou simplesmente deixar as lágrimas escorrer,
Mas o que interessa é o motivo do meu choro.
Lágrimas e mais lágrimas
Não me levam a qualquer solução,
É apenas um pequeno aliviar da dor
E um refúgio para que não haja necessidade de ajuda.
Posso chorar até ao fim dos meus dias
Até ficar cego de tantas lágrimas,
Posso cravar as unhas na minha própria carne
E puxar os meus cabelos,
Mas nunca ouvirão quaisquer gritos de dor.
Posso chorar de saudade, ou até mesmo de paixão
Mas além de simples lágrimas,
É um desabafo do coração…
 
Lágrimas

Adeus

 
Por favor, eu te peço
Nunca me digas Adeus.
Palavra apesar de pequena,
É muito pesada para poder suportar.
Adeus significa saudade,
Saudade dos que vão,
Saudade dos que ficam.
Eu não quero ter saudade,
Triste sentimento que me traz amargura e faz sofrer,
Sofrimento é do que menos preciso se me disseres Adeus.
Por isso não me digas Adeus.
O Adeus pode ser eterno,
Eu não suportaria ter saudades eternamente.
Seria uma dor que me atormentaria
E me condenasse a uma morte prematura.
Não, eu não quero sentir esse sentimento
Que é ruim, cruel e devastador.
Moer-me-á até eu não saber o que é sentir.
A minha vida seria uma noite escura sem luar
Onde não conseguiria caminhar.
Assim, se algum dia partires,
Por favor, eu te peço,
Não me digas Adeus.
Podes me dizer apenas “ate já”,
Ou simplesmente não dizer nada
E deixar que o silêncio diga tudo,
Mas por favor não me digas Adeus…
 
Adeus

Escrevo na escuridão

 
O sol já se pôs,
O mundo mergulha na escuridão das trevas
Apenas a pequena luz do meu candeeiro rompe a escuridão
Iluminando a melancolia que envolve a minha alma e entristece o meu corpo.
Eu apenas escrevo,
Nada faço para combater a solidão e a dor,
Vou manuseando uma caneta como de uma espada se tratasse
Rabiscando um monte de palavras tolas que ninguém irá ler,
Tentando afastar de mim os maus pensamentos.
Eu não sou artista, muito menos escritor ou poeta
Posso muito bem não ser bom orador,
Mas vou escrevendo discursos silenciosos que apenas eu ouvirei.
Meticulosamente escrevo, como pintasse um quadro de uma linda paisagem
Mas apenas represento por caracteres e sinais gráficos
Uma paisagem triste da minha alma chorando.
A noite já vai alta,
Eu permaneço acordado na escuridão do meu quarto,
Continuo o desabafo da minha vida num pedaço de papel.
A tinta da caneca mistura-se com as lágrimas que me vão caindo,
Produzindo assim palavras vivas e sentidas apesar de tristes.
Já tentei desistir de escrever, mas não consegui
Mais do que simples palavras que saem da ponta da caneta
São sentimentos gritantes que silenciosamente penetram na escuridão da noite.
A noite está a chegar ao fim e os primeiros raios de sol rasgam o céu escuro,
Eu fecho a janela para que este não me invada o quarto
Permanecendo assim na escuridão.
Apenas continuarei a escrever e dormirei sobre as minhas palavras…
 
Escrevo na escuridão

Dúvida

 
Meu coração bate arrebate,
Como um sino anunciando defunto em Outono,
A minha respiração está ofegante,
Sinto os meus pulmões arder.
Estou em sofrimento,
Sinto-me moribundo
Já perdi a noção da dor
Apenas me sinto dormente.
Deixei de saber quem sou e para onde vou,
O que quero e como quero,
Só uma coisa persiste,
A dúvida….
Posso gritar, arrancar os cabelos
Queimar os olhos e cortar a língua
Mas a dúvida mata-me,
Remoí-me os pensamentos
Posso continuar a roer as unhas até não sobrarem mais.
Deixei de saber se a rotação da Terra é para a direita ou para esquerda
Mas sei que o aliviar de uma dúvida, é contrária à lei da Gravidade.
Dúvidas, questões e pontos de interrogações,
Quanto eu queria não ter isto sempre presente,
Tira-me o sono e assim o sonho.
Traz-me sofrimento e tristeza,
Por vezes até me alivia a consciência,
Mas outras vezes não…
“Penso logo existo”, já dizia Descartes
Mas a dúvida condiciona a minha existência.
Duvido para não sentir culpa,
Mas culpo-me por que duvido.
Dúvidas, e mais dúvidas
Nunca mais acabam…
Mais uma dúvida
E mais um ciclo vicioso que me leva a uma roleta russa.
Duvido porque tenho dúvidas,
A dúvida persegue-me
Mas tudo o que me interessa é as respostas…
 
Dúvida

Fugir

 
Caminho rastejando os meus pés,
Sinto-me sem forças nem para respirar.
Cai-o sobre os meus joelhos esfolados
O pó entra pelas minhas narinas e tapa-me os olhos.
Não sei de onde venho, nem sequer para onde quero ir
Apenas sei que tento fugir…
Já nem tenho forças para me levantar,
Apenas penso em desistir e esperar ser apanhado.
Mergulho na escuridão das trevas,
Tudo o que respiro é amargura
E sinto um peso enorme sobre o meu peito.
Desfaleço sobre o terra,
Os meus sinais vitais ficam fracos
A toda uma vida passa-me agora pela frente
E reparo em tudo o que perdi,
As oportunidades que não agarrei
E todas as vezes que me desleixei.
Em pouco tempo milhares de pensamentos bombardeiam-me a cabeça,
São tão reais que parece que estão aqui e agora.
Todos este pensamentos parecem ganhar vida,
Dando-me um pequeno impulso para que me possa levantar
Demonstrando que ainda posso não estar no fim.
Uma porta se abre
E uma luz ilumina-me
Sinto a brisa da esperança a tocar-me o rosto.
Tudo isto pode não ser suficiente
Mas dá-me um pouco de forças para continuar a fugir.
A fugir do que nunca devia ter fugido.
Os problemas são como abutres,
Que sobrevoam a nossa cabeça à espera do nosso
desfalecer.
Sei que estou sozinho,
Pelo menos pareço estar, mas já nada me importa
Sempre o estive…
Apenas respiro fundo uma última vez,
E limpo as minhas lágrimas.
Olho o pôr-do-sol lá ao fundo,
E continuo a fugir…
 
Fugir

Medo

 
Tenho medo do medo.
Já vi o medo, e senti medo
Olhos negros sem fundo, assim vi o medo.
O medo entranha-se como a chuva miudinha no nosso corpo
Pior que um tumor que ganha raízes que jamais se pode cortar.
Tenho medo do medo.
Já vi o medo, e não pude fugir
Pior que uma prisão, pior que um exílio,
Com garras fortes que nos prende o corpo e alma.
Esmaga-nos até não existir mais um Eu.
Tenho medo do medo.
Já vi o medo, e quase morri de medo
Pior que a guerra que nos tira a vida o medo leva-nos a alma,
O coração bate forte com o medo, como os tambores na guerra.
Caímos num buraco sem paredes para no agarrar.
Tenho medo do medo.
Já vi o medo, e tive medo
O medo suga-nos a alma e a mente como uma sanguessuga o sangue.
Ficamos vazios, tudo com que ficamos é com medo
Medo até do que não mete medo.
Acordamos no medo e adormecemos no medo.
Tenho medo do medo.
Sim, é isso….
Tenho medo do medo.
O que mais queria era não ter medo.
Mas,
Tenho medo do medo…
 
Medo

Voar

 
Podes me arrancar os olhos
E cortar-me a língua,
Deixando-me sem visão para apreciar o belo
E sem gosto para saborear o doce,
Mas nunca conseguirás me arrancar as minhas asas
E impedir-me de voar.
Não terei visão para me conseguir guiar,
Basta-me apenas seguir o bater do meu coração que ele me guiará.
Não precisarei de língua para gritar,
O bater das minhas asas será o meu grito.
Não diferenciarei a noite do dia,
Mas carregarei a liberdade e a sabedoria nas minhas costas,
Que serão o sol que iluminará o meu caminho
E tornará tudo mais claro que os teus malditos dias cinzentos.
Sei que tentarás me perseguir,
Mas de que te valerá isso se não tens asas?
Ou já as tiveste e deixaste que as arrancassem?
Só eu saberei apreciar o levitar do meu corpo
E o purificar da minha alma,
Enquanto tu apenas rastejarás com as serpentes
E comerás o pó da terra.
Tentaras te lançar a mim e encravar as tuas unhas na minha carne,
Eu não terei como gritar para pedir ajuda,
Mas tenho força e inteligência para me ver livre de ti.
Não me atravessarei no caminho de ninguém,
Apenas seguirei o meu.
Quando me sentir cansado repousarei,
E ganharei forças para poder continuar.
Enquanto tiver coração, alma e sonhos,
Quem me poderá parar?
 
Voar

Mar Português

 
Há que lhe chame fado,
Outros chamam-lhe destino,
Mas o que todos sabemos é que deixa saudade.
Descobrimentos, emigração e também envagelização,
Tudo serviu de pretexto para sair de Portugal.
Por terra, por mar e também por ar,
Desde sempre este povo valente procurou novos destinos.
Jardim à beira mar plantado, chamava Tomás Ribeiro,
Onde nem tudo são rosas,
Mas espalharam o seu perfume em todo o Mundo.
Terra de poetas, aventureiros e guerreiros,
Já foram donos e senhores do Mar,
Tudo indicava o 5º Império, como afirmava Pessoa
Não se concretizou,
Mas onde quer que se vá
Seja Ásia, América ou África
Ouve-se falar a poética língua Portuguesa.
Amados por uns e odiados por outros,
Mais que uma simples nação,
E muito mais que uma simples geração,
Ser português não é apenas ter um número no bilhete de identidade
A nossa identidade é aquela que nos corre nas veias
E faz exaltar o nosso coração quando se fala em Portugal.
Nobre Povo, nação valente,
Não interessa onde se nasceu ou viveu,
Interessa sim a nossa herança de ser português.
Nunca se poderá negar, e nunca ninguém te a poderá tirar,
Mais que um dom é uma virtude,
Poucos têm essa sorte mas muitos o gostariam de ter,
Só existe uma maneira de deixar de ser português,
É deixando a morte te invada a casa,
Mas certamente quem ficará não deixará cair no esquecimento um Português.
Foram tantas as batalhas por nós travadas,
Para levantar o esplendor de Portugal.
E mesmo hoje e amanhã,
Contra os canhões marchar, marchar…
 
Mar Português

Dormir

 
Fecho os olhos e tudo desaparece,
Apenas fica o sono e o sonho…
A vida lá fora continua, o Mundo não pára,
E eu mantenho os olhos fechados,
Apenas durmo.
Descanso o corpo,
A mente trabalha, e eu ainda respiro.
Os problemas deixam de ser problema
Tudo o que interessa é o sono e o sonho.
Os olhos continuam fechados,
Eu continuo a dormir,
Um sono profundo, ou não…
Mas durmo….
Apenas durmo porque tenho de dormir
Eu não quero dormir mas a Natureza manda me dormir.
O quanto gostava de estar sempre acordado,
Seguindo o Mundo na sua cavalgada em torno do Sol.
Mas tenho de dormir…
Amanha vou acordar, espero acordar
Nada será melhor e nada será pior.
Continua tudo igual,
O Mundo não parou
A vida continua e os problemas também…
Dormi e acordei mas os problemas não desapareceram.
Apenas durmo por dormir,
Mas porque durmo se os problemas continuam?
Porque durmo se apenas o corpo descansa?
A mente não,
Essa continua activa, não pára,
Assim como os problemas não desaparecem…
Sim, eu dormi,
E acordei,
Mas tudo continua igual…
 
Dormir

O bater das asas

 
Soltem-me as amarras
Elas não são suficientes para me deter,
As minhas asas foram me dadas para poder voar.
Não posso ficar preso ao chão, isso não….
Preciso de espaço para bater as minhas asas,
E ir onde quero ir e ver o que quero ver.
É tudo o que eu quero, e eu quero sempre mais,
Nem o céu será o limite.
O bater das minhas asas acompanha o bater do meu coração.
Aprecio a liberdade, a inteligência
Podem vir os Deuses, demónios e as forças do além
Mas ninguém me conseguirá deter….
Voarei até à minha exaustão
Até ao parar do bater do meu coração.
Aproveitarei cada momento porque é único,
E saborearei o ar fresco do conhecimento e liberdade que me baterá na minha cara.
O dia em que assentarei os pés no chão,
Será o sinal da vinda do meu fim,
Porque já não terei mais forças para voar
E esperarei a morte de cabeça erguida.
Nessa altura terei a certeza que tudo o que passei
E todo o tempo que voei, valeu a pena.
E o meu peito se abrirá e sairá fogo do meu coração
Que iluminará a escuridão das trevas.
E para todo o sempre se saberá que apenas fui eu,
Não porque também errei mas sim porque nunca parei.
 
O bater das asas