Metade!
Eu sou assim, mesclada,
cheia de amor e temor.
Mas tenho imperfeições...
Busco me aperfeiçoar!
Sou sujeita às paixões,
mas estou sempre a me policiar.
Não perco o meu jeito de amar
muito menos o de ser e sonhar
Sempre tentando melhorar,
mas há quem só me enxergue
com os olhos da carne, pela metade!
Mary Jun
Abril/18
Desfolhada
Na desfolhada da vida,
Parto-me em duas e fico dividida,
Altero-me, modifico-me e fico no meu meio,
Sem um trautear, sem andar em rodeio.
Na desfolhada da vida,
Fui amada e maltratada, mas também fui querida,
Abandonei uma das minhas almas,
Caminhei para margens mais calmas.
Na desfolhada da vida,
Olhei para mim de frente, espelhei-me torcida,
Uma face aparecida era demente,
A outra tinha um entendimento permanente.
Na desfolhada da vida,
Fui esventrada e enfraquecida,
Morta pela consciência,
Separei a minha essência.
Na desfolhada da vida,
Tu que lês foste homicida,
Não de mim mas de outra causa perdida,
Pois preferiste a saída fácil, arrependida.
Marlene ( Ghost)
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FOGO DA PAIXÃO
“A PAIXÃO É ALGO QUE NASCE DE UM ROMPANTE COMO O DESLIZAR DA ÁGUA NA CACHOEIRA”
ÂNGELA LUGO
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este é o dia
haverá um dia
em que te darei a mão
e levar-te-ei comigo
ao outro lado do infinito
haverá um dia
em que te irei dizer
sussurrando baixinho ao ouvido
o lado de lá do verbo divino
haverá um dia
em que eu te darei o beijo
que guardo nos lábios (mais não pode ficar)
onde está um outro lado do sentido de amar
haverá um dia
em que eu queria ser o outro lado de mim
este é o dia
O eterno de nós
Neste tempo, neste mundo
somos o que somos,
um pouco de nós
Na pertença do cosmos
somos o verdadeiro nós
esse que perseguimos
no eterno de nós
Neste instante, aqui…
existe um pouco de nós
na ambivalência das coisas
onde o equilíbrio
desequilibrado
equilibrante,
reina, no reino da vida
Aqui…
neste preciso momento
tu és o que és
eu sou o que sou
e o nós… quase não existe
Mas lá….
o tu não existe
o eu não existe
e o nós prevalece
na união de todas as vidas
Escrito a 29/09/09
PEGADAS NA VIDA
Senhor! Hoje quero lhe falar baixinho
Do meu coração para o seu infinito amor
Afastai-me de ti por um longo tempo
Perdi-me pelos caminhos da vida
Esqueci-me de olhar para dentro de mim
Não percebi por longo tempo
Que o meu coração ansiava por vós
Sei que sondas a minha alma
E o meu coração
Por tê-lo abandonado,
Esquecido de vós
Tropecei tanto pelos caminhos da vida
Nestes tropeços me lembrei de vós
De vossas palavras santificadas
Senti sede da vossa sabedoria
Dos vossos conhecimentos da vida celestial
Senhor tu bem o sabes quando foi que
Minhas pegadas se apagaram atrás de ti
Não foi o vento que passou
Não foi o mar que esbravejou
Tampouco foi a chuva que caiu
Fui eu que me desviei do teu caminho
Quando pensei que havia me abandonado
Naquela hora de agonia e desespero
Perdi a linha que eu seguia
Hoje senti uma sensação do teu olhar
Teu olhar despertou meu coração da dormência
Senti tua presença na minha alma
Como quem diz: acorda!
Desde este momento percebo tua presença
Não quero de vós uma sentença
Quero que minhas pegadas sejam cravadas
Em cada caminho que eu possa cruzar
Para que não mais me perca de ti
Por um tempo esqueci que tinha amor por mim
Tanto que me fez sentir tua infinita bondade
Penetrando no âmago do meu coração
Dizendo-me: eis me aqui te aguardo há muito tempo
Voltei meu olhar para ti e vou te seguir
Andarei de mãos dadas com a fé em ti
Até o fim...
Quando me sentir enfraquecida
Não tendo mais força para caminhar
Carregaras-me em teus braços
Reanimando as minhas forças
Obrigado Jesus por ter aceitado
Retornar a minha vida
Recebendo-me em seu coração novamente
Conversa com a alma aflita
Porque me gasto em redemoinho casto
de decência forçada, amargo pasto,
onde me posto, me mostro, nua postada,
meia mulher negra, vestida, negada.
Meu pequeno cubículo de segredo
meu sereno currículo sem medo
serias tu meu veneno, meu fim, ledo,
serias tu meu ameno sopro de degredo.
Que te definas, pois minh'alma definha
que te termines, pois minh'alma caminha
e não espera, tem pressa, aflita berra.
Anda, vai em frente, chega ser dormente!!!
Te levanta, te olha, te enxerga,
Vês de uma vez a luz que tua alma enverga.
eu sempre volto numa qualquer biografia
preso a esta vida
ando por ai ambulante
com mortes súbitas nos solstícios
socorrido com choques
para me reanimarem nos equinócios
e assim vivo entre estações
imigro para universos vazios
numa viagem cheia de sentidos
e descanso em oásis perdidos
onde sou quem sou e não sou
alma e corpo e body and soul
e entre as noites e os dias
acumulo e consumo energias
em frenéticas viagens
onde sou predador ou presa fácil
sonho a fantasia disfarçada
num qualquer silêncio solitário
e grito a realidade vivida
por entre a multidão insulada
este ciclo de vida
faz-me regressar sempre um dia
mesmo depois da minha morte
na luz do sol ou na noite fria
entre um equinócio ou solstício
eu sempre volto numa qualquer biografia
TENHO SAUDADE DE MIM
TENHO SAUDADE DE MIM
Tenho saudade de mim. De quando não precisava ser assim ou assado. Eu não possuía qualquer tipo de definição ou prumo. Somente provava do sabor do eterno sem preocupar-me em obter impressões ou enriquecer-me de experiências. Agia sem sequer imaginar o que era a vida e que ela tivesse esse nome esquisito de “vida”. Vagava por aí como um anjinho imortal, um desencarnado trajando carne. Viver era prosaico: acordar, ser caprichosamente eu mesmo e por último dormir um sono pesado, inviolável como a morte. Cada dia era um ciclo completo constituído de um nascimento, uma vida e uma morte, perfeitos em si, porque totalmente ausentes de significado. Ah, se a felicidade existe, ela está assentada na falta de significado das coisas... Quando as coisas são o que são sem necessidade de explicação estamos no Éden. A partir do momento que ansiamos entender algo, mordemos a famosa maçã da árvore do bem e do mal. Somos automaticamente expulsos do paraíso tendo que levar no lombo dicionários, enciclopédias e o resto da biblioteca. Nem precisa de qualquer Jeová para consignar a extrusão. Daí para o inferno é só um pulo: finalmente chegamos nele quando algo que considerávamos que compreendíamos perde seu significado (que nem lhe deveria ser atribuído inicialmente, diga-se de passagem) e ingressa no terreno da incerteza. O certo é que tudo ia muito bem até que eu começasse a brincar com os assuntos dos adultos, fingindo ser um deles. Brinquei bem demais, treinei bastante, anos a fio, desejei ardentemente ser homem e deu no que deu. Resultado é que aqui discorro verborragicamente sobre a vida sem saber mais o que ela não é; aonde ela não irá me levar; até quando. Os psicólogos dizem que pensar nisso causa depressão... Muitas pessoas dizem que sou doentio por ficar pensando muito nisso. Então sou, pronto. Mas o outro “eu” do qual tenho saudade, choraminga sua solidão aqui por dentro. Nas entranhas, eu o sinto. Porém tão extraviado está nessa mata densa, fechada: a floresta negra de minha experiência. Não se nasce de novo sem jogar a totalidade do que se foi adquirido fora, sem piedade, sem remorsos. É... Talvez exista mesmo a reencarnação. E para nascer de novo numa mesma vida é preciso “desvestir-se” com o máximo de coragem. Ah, mas como isso dói. Porque o desvestir-se é jogar fora uma pele (e eu não sou cobra). É assim, deste jeitinho que a vida passa e ninguém por si muda. Mas a mudança "acontece" por sua conta e risco e apesar de nós, incrível; aliás, sempre acontece.
EU SOU ASSIM
"Eu sou assim, talvez eu seja diferente, mas
é assim que me vejo em muitos momentos da vida"
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Eu sou assim
Muitas vezes quero a perfeição
Mas que aflição
Ela não me aceita sou imperfeita
Mas que decepção
Cada dia amanhecido vou a sua busca
Mas ela me ensina
Que na vida temos que tudo aprender
E os laços vencer
Sempre lembrar que sou humana
E posso errar
Não quero errar quero tudo acertar
E lá vem à falha
A falha de ser apenas eu sem opção
Não posso ser outra
Penso em uma forma de vencer os medos
Não consigo
Rumo em busca de conhecimento da vida
Não aprendo
Então me lembro da sabedoria que existe
E lá está ela
Em cada tombo que levo durante a caminhada
E me levanto
Sigo em frente mesmo machucada na mente
E tenho um apoio
Daquele que está sempre em minha vida
Meu Deus
Que me dá a mão quando dela preciso
Nunca me diz não
Nesse momento percebo que posso mudar
Nunca desanimar
E que sempre vou ser eu mesma em mim
Nunca desistirei
Olharei cada obstáculo de outra forma
Sempre sendo eu
Caminharei pela vida com rumo certo
Olhando para frente
Esquecendo um passado já não existente
Olhando dentro de mim
Pensando que a perfeição não posso alcançar
Olhando outra gente
Apenas me entregar de corpo e alma
A minha vida docemente