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Monólogo

 
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Não sei porque resvalo sempre na tua forma mais incrédula de recusares o sol na palma da tua mão. Chego a acreditar que todo o céu que te pintei até hoje nunca chegou a ser o tecto dos teus sonhos. Tenho mantido as estrelas acesas da forma mais simples para que o calor não te falte no peito. Hoje, escorreguei nas minhas lágrimas perdidas e quando me tentei agarrar ao teu silêncio, não estava lá. Caiu-me a alma como pena molhada num baú de recordações ficando empoeirada pelo pó de beijos afogueados que me deste em tempos. Ainda senti um breve cheiro do teu corpo suado. Por sorte, o meu corpo deu pela minha falta e apanhou-me, estou completa, nesta tristeza que mora comigo. Só que agora fiquei de castigo, dentro de mim, ouvindo o ranger de sorrisos forçados daquela que me traz e o bater descoordenado de um coração que não alcança o ritmo certo. O ambiente neste corpo não é dos melhores, as feridas da vida são tantas que até a mim me doem. Sufoco se ficar aqui, terei de voltar a escorregar nas lágrimas que saem dos olhos cansados deste ser que por vezes já nem existe, quem sabe, terei mais sorte desta vez e caia num abraço teu.

(reeditado http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=61240)
 
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