Luso-Poemas
 
Poemas : 

nao há nome nem há boca

 

Aglutinemos nossas almas, talvez possamos dar um pouco de alegria à nossa infindável tristeza.

A ti o nó das respirações
Pressente no mais escuro uma porta
Onde o olhar se prende,
Era tão bom voltar à vida nómada das pedras
Aos objectos pontiagudos das emoções
E ao papel resinoso do pensamento

A ti a jugular dos sentimentos
Rompe músicas de outras cidades
De um coração etílico
Onde a solidão envelhece nas mãos liquidas
Insónicas

-Melancolia de fome e cio que cerra os dentes

A ti as pálpebras queimam as manhãs
No efémero tempo fosfato
No murmúrio desdobrado dos animais cela
Onde o regresso sonolento morde
a catástrofe do ente atirado às janelas
do esquecimento

não há nome nem há boca no abandono




 
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Caopoeta
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Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Betha Mendonça
Publicado: 15/02/2010 16:24  Atualizado: 15/02/2010 16:24
Colaborador
Usuário desde: 30/06/2009
Localidade:
Mensagens: 6700
 Re: nao há nome nem há boca
Olá, Cao!

Sinto o poema como forte saudade de algo que existiu ou é sonhado.Talvez as imagens poéticas toquem- me assim por eu ter tais sentimentos e transferi-los ao teu texto.Como o leitor interpreta do modo que lê e sente, eu gostei por identificação com o poema.
Bjins, Betha.

Enviado por Tópico
RoqueSilveira
Publicado: 15/02/2010 19:20  Atualizado: 15/02/2010 19:20
Membro de honra
Usuário desde: 31/03/2008
Localidade: Braga
Mensagens: 8104
 Re: nao há nome nem há boca
Entendo o poema como um abandono, mas também uma espera, um olhar constante pela abertura da porta com os sentidos à flor da pele. Abandono/espera tão grande que não há nome para tal sentimento, nem boca que o possa descrever.
Tu não escreves, são os sentimentos que te escrevem.
Beijo Rogério


Enviado por Tópico
AnaMartins
Publicado: 15/02/2010 21:42  Atualizado: 15/02/2010 21:42
Colaborador
Usuário desde: 25/05/2009
Localidade: Porto
Mensagens: 2220
 Re: nao há nome nem há boca
Não há nome nem boca,não... só a dor da saudade e a angústia da espera.

Gostei de te ler no poema.

Beijo da menina do comboio.

Enviado por Tópico
Caopoeta
Publicado: 15/02/2010 21:52  Atualizado: 15/02/2010 23:05
Colaborador
Usuário desde: 12/07/2007
Localidade:
Mensagens: 1988
 aos comentários... muito obrigado!
é interessante ver as pessoas,
as que lêem poemas surrealistas ou realistas com pensamentos e problemas existenciais ou ainda que se considere este um poema intimista introspectivo..
e bem que pode ser de reflexão ou então depreciativo..
de qualquer forma,
é bom ler/ter comentários de todos o tipos e diversos sentidos em que nenhum deles está totalmente certo
e obrigatoriamente ,
nenhum deles está totalmente errado.

A todos vocês ,
Um enorme abraço

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 17/02/2010 20:47  Atualizado: 17/02/2010 20:47
 Re: nao há nome nem há boca
Vou dar um sentido ao que li aqui neste teu poema, que pode muito bem não ser o teu, mas é o meu. Vi nas entrelinhas uma sensualidade escondida no desejo, no cio puro, onde duas pessoas se abandonam e se amam, no sexo, num ansejo puro e para um sent8mento que as transcende, onde não existe nome para descrever o mesmo, assim como nenhuma boca capaz de o dizer no momento de nu êxtase...

Gostei imenso de te ler,

Beijo

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