Caminhou lentamente rente as ondas
Deixando um rastro sinistro para trás
Parecido a um labirinto de conchas
Tatuadas em corpos coloridos de corais.
O vento balançava as folhas dos coqueiros
Apagando as pequenas pegadas pelo chão
Redemoinhando pelos pêlos e os cabelos
Anunciando que vinha chegando a viração.
Nada levava além dos sonhos e fantasias.
Não mais sentia aquela ânsia da espera.
Sem aquele jogo sôfrego das quimeras;
Sem os confortos mágicos das poesias.
Junto a um mosaico de porosas pedras
Descansou por mais de um momento.
Fez uma boa morada e acampamento
Isento de muralhas, portais e janelas.
Esperou que findasse mais um dia de sol
Fitou o ocaso num espetáculo da natureza
Lançou em noite calma sua linha e anzol
Afinal ele era um pescador... De estrelas!
Gyl Ferrys