Poemas : 

Do tempo e do Tempo

 
Perdi as rédeas do Tempo
Num tempo que eu não vivi,
Por ter desprezado o tempo
Do próprio Tempo esqueci.

~

Moldo o tempo a meu favor
Para adiar o meu Tempo,
Se o tempo espera por mim,
Com a inércia me contento.

~

Faço do Tempo desafio,
Em tempo de duelo fatal,
Mas o Tempo sempre me vence
E me arrasta no vendaval...

~

Guardo o Tempo em ampulheta
Sem tempo para escoar
Os sonhos de um Tempo antigo
Os planos por realizar.

~

Se eu guardasse o meu Tempo
Num templo inviolável,
Do tempo eu seria escrava,
Num domínio insubjugável...




Teresa Teixeira


(republicado - título original: "Protraimento"))
 
Autor
Sterea
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Enviado por Tópico
Conceição Bernardino
Publicado: 27/10/2010 20:51  Atualizado: 27/10/2010 20:51
Usuário desde: 22/08/2009
Localidade: Porto
Mensagens: 3357
 Re: Do tempo e do Tempo
olá Sterea,

gostei destas quadras sobre o tempo, que tempo algum nos deixe perder esta sintonia...aprendi a viver sem tempo, no tempo que me resta.

beijo

Enviado por Tópico
Kolthar
Publicado: 27/10/2010 21:08  Atualizado: 27/10/2010 21:08
Super Participativo
Usuário desde: 25/08/2010
Localidade: Lisboa
Mensagens: 153
 Re: Do tempo e do Tempo
Que lindo poema consegui sentir

Um beijo

Enviado por Tópico
crstopa
Publicado: 28/10/2010 07:37  Atualizado: 28/10/2010 07:39
Muito Participativo
Usuário desde: 18/10/2010
Localidade: Araguari - MG
Mensagens: 87
 Re: Do tempo e do Tempo
Travessia - é a palavra que surge quando medito sobre o tempo - eu, físico, sei, mas também não sei o que é o tempo, pois sempre me pego indo além da Física, da Matemática. Um transeunte que some numa qualquer rua, para nunca mais ser visto... sou um traço a perder-se de vista, a apagar-se dos olhos de quem me viu passar. No meu agora, o tempo prancha-se na minha cara, no quando da minha relação com as coisas - brota, cortante, de uma velha carta, ou de um "objeto biográfico" que guardo desde criança - travessia, perdimento, desutilidade - a vida? O tempo, amiga, não se guarda... surge sempre, sem idade! Travessia, grande rio, grande mar... a nau no ventre do abismo! Beijo