Poemas -> Introspecção : 

Não Há

 
Oblíquos traços
De um destino aquém
Da lisura do tempo
Tal moeda fria
Nas palmas das minhas mãos
Face de um mesmo caminho
A encurtar-me os passos

Os meus olhos
Fecundam o ventre da noite
E a noite fria
Tão fria como a laje
Que me cobre o corpo
Não me disse
Que era a tormenta
Que varria os meus sonhos

De arremesso
Num tropeço
Não há volta a dar ao tempo
Nem território
Que se acabe no meu corpo
Não há meios
Não há freios
Não há medos
Nem sistemas coloridos
A pintar-me os gestos diários

Não há!
 
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ÔNIX
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 11/01/2011 11:53  Atualizado: 11/01/2011 11:53
 Re: Não Há
De arremesso
Num tropeço
Não há volta a dar ao tempo

TEMOS QUE CONTRUIR O TEMPO DENTRO DO PRÓPRIO TEMPO, DO NOSSO TEMPO

UMA MARAVILHA DEIXO MEU BRAÇO MERTISNS


Enviado por Tópico
Clarisse
Publicado: 11/01/2011 14:46  Atualizado: 11/01/2011 14:46
Da casa!
Usuário desde: 24/09/2009
Localidade: aqui
Mensagens: 392
 Re: Não Há
(O título faz-me de imediato lembrar a canção de João Pedro Pais...)

Canções à parte; há tudo, tudo e muita poesia. Citando:
De arremesso
Num tropeço
Não há volta a dar ao tempo
Nem território
Que se acabe no meu corpo
Não há meios
Não há freios
Não há medos
Nem sistemas coloridos
A pintar-me os gestos diários


Os olhares de ontem não são os mesmos de hoje, e os de amanhã, quiçá, também não serão os mesmos de depois de amanhã. Às vezes a noite parece tão fria que nos gela as engrenagens do peito, dando lugar apenas ao funcionamento da mente. Por outra, o tempo que passou é passado e muitas vezes não é necessário que ele seja futuro.
Divaguei...

Beijo,
Clarisse