Poemas : 

Chove-me o medo no peito

 
Chove-me o medo no peito
Sufoca-me a vontade de partir
Fixam-se os pés neste chão dorido
Quando encontro os vossos sorrisos
(soltos e libertos)

Prefiro ausentar-me de mim
Morrer-me por dentro
Por um secreto momento
Em que deixo de ser
A sentir o desespero da vossa tristeza
(que magoa, tanto)

Já não há rosa que nasça no meu sorriso
Já não há pão que cresça nas minhas mãos
(apenas a palavra ainda respira)

Mordo o grito entre os lábios
Enquanto engulo as lágrimas por dentro
Para que não mostrem a fraqueza
Que existe em mim
Para que não morra este rio sem fim

Hoje
Vou deixar-me escorrer por entre a terra
Talvez me perca para sempre….

… ou quem sabe
renasça em céu aberto
em cada semente do teu olhar!

 
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Tália
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