Prosas Poéticas : 

FLORES MORBITAS

 
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FLORES MÓRBIDAS
Mortas sois pétalas febris,
mortos sois cravos.
[Que importa] se a porta
agora grade sois?
A rua vinha olhar te quase nua,
que aborta jaz estuprada
aberta no fim de agosto,
quando vais ir verem partir?
Quantos eram aqueles Sol?
era apenas um!
Estavam sem argumento
para expressar o pensar?
Fugiram lhes os sorrisos,
e nas lagrimas o fel
de murmurar seu indagar de ser.
Á noite brincavam
de pular cercas e montes,
a lua uivava
abocanhado as nuvens
que em forma de cordeiros
ficavam há olhar.
Não era manhã
para ser um amanhã,
o dever do sol era
abortar sempre ao meio dia.
A porta não berrava, a flor
não brotava.
A porta aberta chocava
entre aberta tal hierarquica,
e Eva sucumbiu numa
entrega especial a erva,
que no campo secava.
No cume da América
voavam seus pensamentos.
Polegares se encontravam nas
antenas interligadoras de vozes.
Em uma igreja quase milenar
abrigava o tempo em sua torre
que seguia sem despertar
o cacique de feições dura
contemplando a tribo de concreto.
Do cume dos Andes
Viam pombos sem paz,
no céu cinzento com aviões
de papel crepom
que cingia o sol vesgo.
Do sul vinha o choro
aonde ontem ainda
homens de fogo sentaram ali.
Fizeram o possível
para terem corações,
mas que pena
seus olhos emudeceram
tais palavras.
Com o sorriso cínico
cometeram sacrilégios
de serem para eles água e fogo,
eram água e fogo
na imensidão do mar.
Não era fato
o verbo que se fez
carne crucificada num ato consumado
no sentido inverso
da estrada escura,
com cheiro de suor
e gosto de sangue coalhado
nos lábios dos vampiros.
Era a síntese dos solitários,
quantos corações solitários
vagavam pelas noites,
imploravam por quem partiu ou chegou
chorando pelos telefones de latinhas.
Gritavam na cara da noite,
gemiam nas frestas das portas
e não dando mais
faziam do espaço aberto
abismos de estrelas para
entrarem para um paraíso
mais que incerto.
Faziam uma força
para se sentirem felizes,
mas eram tristes
no eco da natureza.
seus avôs foram tristes,
ser triste era uma sina
que os alegravam o viver
de tal tristeza morriam suas almas
companheira de todos os dias
fez ver no espelho
uma torre que caiu sobre o peso das águas
de mais que um calibre estático e febril
grã gare ,,,
braços,pernas,pescoço
e um plástico preto
que saia ao vento
levandoo que sobrou
de Antonias e Tiões.
Seus pensamentos
eram serragem com partículas eletrificadas.
Rumores nos corações
eram digeridos na rua
o alicerce de ser,
os corpo alumiados
n”alma arcaica.
Uma luz
penetrava neste mundo,
poderiam mover-se?
Muito isolada
ate mais perto
do que pensavam os meninos.
Havia galhos abertos
na frente.
Homens num mundo
sem corpos, sexo e sorrisos
sem unha ou lapides.
O ser era leve,
flutuava sobre suas cabeças
querendo lhes possuirem,
mas diluíam-se em cada poste.

 
Autor
RICARDO DE OLIVEIRA
 
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