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PrEtO

 



Já fui escravo
noutra encarnação
já esclavagista fui, até mais não,
já fui em cada ocasião um avo.

Já estive com a cor da noite
nos meus braços,
e levei um açoite
da cara negra safada (embaraços!!!).

Já sangrei, até o sangue coagulado
ser da cor que se dá a certos buracos
que consomem o Universo, deste e doutro lado,
o lado dos fracos.

A ausência de cor
faz falta aos funerais...
É meia coisa. Meia dor
e nada mais!


Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.

Eugénio de Andrade

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Autor
Rogério Beça
 
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Enviado por Tópico
Paloma Stella
Publicado: 05/12/2007 10:52  Atualizado: 05/12/2007 10:52
Colaborador
Usuário desde: 23/07/2006
Localidade: Barueri - SP
Mensagens: 3514
 Re: PrEtO
Rogério meu querido,

Compreendo que a cor preta realmente não lembra coisas boas, mas eu acho ela uma cor viva e que tem um grande significado bom.

Adorei seu poema.

Beijinhos