Poemas : 

,do silêncio da tua voz que abafa

 
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(I)

,do silêncio
da tua voz que abafa o urrar do vulcão em lava,
daqui a pouco, sim,

renova o odor das cerejeiras em flor efémera,
antes que vésper se aviste.

,sacrifícios
esperados, sem visos aterrorizados
por redemoinhos fantásticos, imaginação seja,

afugentam-se assim pesadelos, destroem-se,
símiles às pegadas que o mar desfez pelos areais, sós,

,relembra-me das horas pelo final da tarde,
da vertente que dá a direção da água,

da rota,

alivia-me desta garganta seca
que me cala, quão longe de mim, agora, estou.

(II)

,serei talvez um outro,
por breves instantes, cousas sem fim,

vazias,

enquanto as margens me comprimem,

[...e repetindo-me],

,do silêncio da tua voz que abafa,
[este silêncio em mim].



"Forfante de incha e de maninconia,
gualdido parafusa testaçudo.
Mas trefo e sengo nos vindima tudo
focinho rechaçando e galasia.
Anadiómena Afrodite? Não:"

("Afrodite? Não" Jorge de Sena)





Vésper – planeta Vénus, no período em que ele é visto pelo final da tarde (em sentido figurado indica o Ocidente)
Castro Alves (poeta brasileiro) referia-se assim a Vésper:
“Tu és a estrela vésper que alumia aos pastores das arcádias dos fraguedos.”



Textos de Francisco Duarte


 
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F.Duarte
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 02/04/2013 17:25  Atualizado: 02/04/2013 17:25
 Re: ,do silêncio da tua voz que abafa
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não haverá margens
flores secas
dias em praias isoladas
palavras formadas na garganta
em nó

enquanto existirem palavras e sentires como os teus
Obrigada

bjs