Artigos : 

O poeta e a poesia infanto-juvenil

 
O poeta e a poesia infanto-juvenil



Um poeta consciente ao fazer sua poesia, serve-se dela para entender a vida, um fato desta vida, um fenômeno e através deste entendimento ele escreve poemas. O poeta é um constante faminto de conceitos que irá defini-lo perante a si próprio e que irá determinar o seu perfil literário. A poesia é sua causa final, porém, ela é o veículo da sua transformação. É necessário, que no momento que o poeta expande sua elaboração poética, acrescente novos elementos aos conceitos reconhecidos por ele. A submissão a conceitos já consagrados só faz repetir o que já foi desenvolvido e o que já foi visualizado e em que determinado momento serviu de guia para definir um estilo literário. O novo quando repetido sem nenhum acréscimo torna-se redundante, um espelho do que já foi analisado. O poeta busca novas fórmulas e questiona as que produziram poesia.

Dentre a produção poética temos várias esferas de competência e uma delas é a poesia infantil. O que seria a poesia infantil? Para alguns seria poemas escritos por crianças e para outros seria poemas escritos por adultos para crianças lerem. Porém é difícil definir a poesia infantil, pois o espaço consagrado a elas é definido por adultos, que, tendo outras referências de poesias prescrevem um limite intelectual ao mundo infantil. existem regras rígidas que definem dois mundos: o dos adultos e o mundo das crianças, porem, existem algumas crianças, que fogem dessa regra rígida e são catalogadas, como crianças modelos, geninhos e outros mitos, por falta uma referência, que no mínimo reconheça que o mundo infantil vai além do que está reconhecido.
Neste quadro limitado o que poderemos pensar ao produzir poemas para as crianças? ( meninos e meninas entre oito a doze anos de idade) Abaixo fica mais difícil ainda de concluir um referencial.
O que é válido, e conseqüentemente serve de motivação para se produzir poemas infantis quando já se é adulto? O que temos que considerar é que os mundos já citados não são tão separados como se imagina. Sabemos que a criança aprende rapidamente com o contato com os adultos quando este contato é sem preconceitos, isto é, sem referências estáticas, onde a opinião do adulto prevalece.
Em seguida temos outra esfera importante na produção da poesia: a juventude. O jovem representa a independência, a consciência em libertação e a procura de rumos que o farão competente. O que serve para juventude? Os poemas infantis são meras lembranças e não tem mais a importância dada no seu passado. O jovem é um novo guerreiro que segue os passos do mundo próximo do seu raio de visão. As idéias na cabeça do jovem é a soma das idéias infantis, com as suas experiências. O jovem sempre busca a atualização das idéias e nessa busca temos um leitor ávido quando instigado para literatura. Porém, onde está o limite dessa literatura? Não existe mais, se é difícil definir o espaço da criança, o do jovem em sua capacidade de absorver conhecimento é ilimitado.

A produção infanto-juvenil é mais próxima da criança na sua maioria, e passa a servir de elo para o adulto definir o seu mundo numa linguagem branda. É assim que se dá o contato de jovens e adultos através da poesia. O lúdico predomina como elemento didático revestido de uma amorosidade paternal. Os concelhos são dados e o adulto sente-se um perfeito professor. É só isso a literatura infanto-juvenil? Onde fica a escolha da criança? Para onde vai o jovem com suas esperanças de compreender o mundo com suas experiências? Resta agora para poesia atrair principalmente a criança na sua linguagem e entende-la no seu dia-a-dia. Procurar definir o que tem de comum entre o adulto e a criança, entre o avô e o neto, Gerações mais próximas, pois, os pais estão vivendo um pragmatismo exacerbado. Gerações em conflito, verso gerações mais próximas. A humanidade caminha assim e sua produção literária também.


Francisco de Assis Cunha Metri ( Chicão de Bodocongó )
Prof. Do Departamento de Artes do CH da UFCG










Chicão de Bodocongó foi a melhor maneira de homenagear o bairro que moro a trinta anos na cidade de Campina Grande ( Bodocongó ), Paraíba. O meu nome é Francisco de Assis que é acompanhado pelo sobrenome Cunha Metri e faz pouco dias que venho publican...

 
Autor
ChicãodeBodocongó
 
Texto
Data
Leituras
1502
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
0 pontos
0
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.