Sonetos : 

Não há soneto de amor sem ter dor

 
Não há soneto de amor sem ter dor,
Como não há mão dada sem queixume,
Nem existe mais aquele perfume,
Exalado de coisa sem valor.

Assim como não há faca sem gume,
Não há agonia sem estertor,
Nem vida que se pinte sem pintor,
Só hei eu e a coisa do costume.

Visto o mundo por detrás da vidraça,
Nesta noite que foi dia de luto,
À beira do fim por fim desejado…

A madrugada que vem ainda baça,
Pede e leva-me o teu corpo incorrupto,
Deixando-me à sombra do teu pecado.

24 de Junho de 2009

 
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ViriatoSamora
 
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