Crónicas : 

Morrendo ao entardecer

 



..........Pelo que bem me lembra, a estrada ao amanhecer, ao lado, parecia não ter um final, embora pudesse ser mais simples. Espessada na névoa do mar e vinda de trás da parede, mal surgiu e a madrugada ficou amarela e depois vermelha. Me lembro também de um piloto. Entrou rapidamente no cockpit quando o sangue já estava escorrendo pelas minhas roupas.
..........Lembro ainda de um rosto doce. Desmontado com severidade haveria muito mais para ser transportado com facilidade. Vi que empalideceu quando tirei a trava da porta, enfraquecendo os arreios e o bridão. Então, seja você mesma, leia muito, muito mais mesmo. Quando lê, você vê entre as pálpebras semi cerradas ou entre os lábios da morte fatal.
..........Infelizmente, ocorreu que todos os esforços se enfraqueceram mal o professor arrancou um despacho da algibeira, inclinando-se levemente. Pediu para que o deixassem sozinho e pela primeira vez não tossiu e nem acendeu um cigarro. Lentamente, morreu. No poente, era o sol deixando o mundo para que sobreviesse mais uma noite.




 
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FilamposKanoziro
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 06/07/2014 10:43  Atualizado: 06/07/2014 10:43
 Re: Morrendo ao entardecer
Um lindo poema, que as palavras se envolvem nas instancias dos verdadeiros momentos poentes de uma tarde em amargura onde as sombras do entardecer, não tem o seu resplandecer.