E no início do universo
Tudo era escuro e frio
Algo sinistro entrou no cio
Até que um divino sêmen
deixou o ovo cósmico prenhe.
E de um ponto muito pequeno
De uma lâmina tênue feito estilete
Surgiu tudo o que hoje conhecemos
Da cabeça de um pequeno alfinete.
E da explosão universal um grito surdo
Um planeta ardente em chamas vulcânicas
Foi se resfriando lentamente tornando o mundo
Que conhecemos de forma vagarosa e dinâmica.
E caiu a primeira chuva. E correu o primeiro rio.
Os mares primitivos foram com o tempo surgindo
Tornando-se uma sopa saborosa e mui nutritiva
Abrindo espaço para um dos tentáculos da vida.
E da vida surgiu o verbo.
Do verbo o substantivo
Do substantivo o
Adjetivo
Do adjetivo, sem persistência,
Raiou a primeira desinência
E dessa essência
Nasceu o primeiro verso.
Do verso primeiroO primeiro poema
Do primeiro poema
O primeiro beijo.
Ah! Do primeiro beijo!...
O primeiro pega.
O primeiro sarro
o primeiro sapeca
O primeiro filho
Jamais esquecido
Adônis ou Quasímodo
Não importa o tema
O primeiro poema.
Gyl Ferrys