Poemas : 

No uno primordial da fraternidade

 
Que a nós nos conduzas pelos prados verdejantes,
Por onde andam os espíritos fartos e tementes,
Rumo à vitória das gentes manifestantes,
Onde se recomeça um novo e eterno amanhã,

Que haja em nós alegria no recomeço do amor,
Que aconteça o que tem de acontecer,
Com a pátria num novo fervor,
De tempos a tempos do alvor ao anoitecer,

Que nosso espírito se alegre de imediato,
Neste terno e doce momento,
Enquanto há tempo para nós,
No eterno agora em nós e por todos,

Que em todos se colhem os frutos das sementes,
Que existem nas nossas maravilhosas mentes,
Para que sejam boas e fartas,
Livres de tribulações nas gentes tantas,

Que não se acolham em nós as tempestades,
Mas antes de tudo meus amigos,
Que de paz e fartura se vivam nas verdades,
E que se deixem á parte os nossos egos,

Na reunião dos anciãos das tribos se façam as vontades,
De um Senhor terno e omnipotente,
Lento na ira e que no momento se arrepende,
Dos castigos que cá se fazem no intimo dos maus,

Pois Deus é rei e Senhor,
Um terno e eterno Deus,
Que nos deu o sopro,
Na sua paternal divindade,

Que haja em nós festa,
Que desde já se manifeste,
Na reunião dos nossos,
Para além de todos os fogos,

Na exaltação do povos,
Que haja um coração novo,
Que exista em nós harmonia,
Na doce melodia dos nossos cantares,

No consolo dos Deuses,
Estejam as almas dos que partem,
No calor da chama que arde sem cessar,
Para nos Olimpos festejar,

No banquete dos Titãs seremos saciados,
Num eterno e doce manjar,
Que em nós as portas se abram de par a par,
Para festejarmos a vitória sem qualquer exaustão,

Que os cativos regozijam na alegria da sua libertação,
Das prisões que se abrem com as suas tamanhas tristezas,
Num jubilo de aleluia na compensação da liberdade,
Na harmonia da lealdade como na nossa fraternidade,

Que se ponham fim às escravidões,
A fim de nos amarmos e nos reunirmos,
Como um só povo em festa neste dia de hoje,
Na candura destas andanças em meros cantares,

Que nos alegremos como em Jerusalém,
Para enfim nos corações dizermos amém,
Com a cabeça ao alto neste doce momento,
E que no amor se extinga em nós o tormento.

Alegrai-vos oh cativos de Roma,
Que um facho de luz se abriu sobre nós,
Que nos amemos como irmãos,
A fim de a nós se juntar outras tantas gentes,

Nas reuniões dos senados rejubilai,
E ponde em fim às vossas mágoas,
Para desaguarem noutras águas,
E no vosso louvor sereis compensados ao cêntuplo,

A vida por cá é uma grande festa,
Que aos nossos atesta,
Para lá de toda a meta,
Que no intimo de nós se manifesta,

Vamos acolher o pobre e o infeliz,
Para obter o perdão das dividas,
Ao soberano dos Senhores,
E um novo reino dos céus ressurgirá,

E em nós o espírito se manifesta,
Na condução para um novo aurora,
Sem intrigas e maldades entre nós,
Pois o Senhor se alegra na manifestação do eterno agora,

E um coração de carne se nos foi dado,
Por uma força que se nos ultrapassa,
De um ser supremo acima de nós mesmos,
Que transcende todo o homem e o universo.

 
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pedrogomesgomes
 
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