A te chamar Maria ou quaisquer outros nomes,
num caleidoscópio cintilando vejo tua alma,
vestida da felicidade e ternura que assomes,
multiplicando desejos,
me arrebatando a calma.
A te saber das graças plenas na alcunha airosa,
em espasmos latejantes de teu corpo rebel,
despertas emoções que escrevo em glosa,
como a estar embriagado...
com gotas de teu mel.
A te saber das dores embalada aos quatro ventos,
prisioneiro da volúpia, sou naufrago em abrolhos;
desafiando insensato o destino me roubas alentos,
sigo tecendo gemidos,
obsessão dos olhos...
nos teus olhos.
A te saber das santas é perder esperanças, é fatal,
o anelo de te provar recendendo flores da cerejeira,
nas explosões da provação pecaminosa e sensual,
ter teu amor será angustiante...
a provação derradeira.
A não te saber nunca o nome dado cheio de ternura,
é cair sem volta nos abismos da eternidade chorando,
desenhando nos mosaicos de desejos é álgica tortura,
esperar que a volúpia expie,
em confissões... sigo meditando.
A ter no sentido de viver sem ti mais outra primavera,
digas-me sem que teus lábios rubros rompam a calmaria,
se nesta distância ingente desejar um rompante é quimera,
o desengano se abate,
e que importa... se teu nome não é... Maria?
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