Sonetos : 

Soneto de dar ao óbolo a cor

 
Pareceu por demais patético posto nunca fora excelente,
talvez demais ora agastado tanto pelo proceder suspeito.
Não lhe pediria às musas inspiração, quer tom plangente,
receba o que planta, acolha aos trapos lá o maior defeito.

Nego às ásperas messes tais as benesses da vida corrida,
como se devedor fosse sujeito dar aos óbolos a cor violeta,
nem me ocorreria agradecer, cada qual às labutas lapida,
quando a alma é tacanha a mente se limita à cançoneta.

Mesmo que se faça luz, as palavras não serão desempate,
foi mesmo o que adveio, apenas não aponto qual é assim;
- vate diluído no torto oficio, de letras abatidas alfaiate.

Versos míseros no tempo se dilui a clemência prostituta,
c’ alma ferida a procurar abrigo no universo qual botequim,
derrota da mente carente ante o caos de ingente disputa


 
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ReflexoContrito
 
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