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e;mails de um amor efemero- VI

 
Quarta-feira, 29.10.09

Bonjour, mon amour! Comment ça va?
Manhã - preparando as letras da cruz da Família Vieira m- FV. E refletindo sobre as palavras de ontem, quando ´perguntei a minha amada, quais eram as coisas que mais detestava;
- Mentira e traição - agora pela manhã depois de uma noite maldormida, decido que não devo manter nenhum segredo com ela, por isso decide entregar-lhe o grande livro inacabado ou seja os meus diários de 85 a 90 - onde ela vai saber tudo a meu respeito, meus vícios, minha família, meu comportamento e assim julgar o que devemos fazer. Se continuamos a sonhar ou seremos somente amigos... O vizinho da frente dar a partida na moto, coloca o capacete e os óculos escuros, acelera devagar e sai lentamente na pista vazia. O movimento diminui, os passageiros não se amontoam-se nas paradas, os estudantes passaram para as suas escolas e o poeta entulhado de duvidas, fica divagar. Mas Deus é o meu guia e ele há de orientar-me nas decisões que devo tomar. Mas não quero te perder Day, necessito de ti como numa flor precisa de amor. Você acendeu um sentimento adormecido que há muito não sentia por ninguém.... Mas existem Everestes a serem escalados e conquistados, vamos em frente.
я вас люблю, мая любовь
iá vas liu'bov, ma'iá l'iubov"
je t'aime, mon amour

Vou merendar, um pedaço de bolo de macaxeira com yorgute.
- E ai campeão! - saúda-me um dos integrantes da Equipe de Perfuradores de Poços do Mestre Nonato ao passar na calçada.
- Oi - respondo em voz baixa, um pedaço na boca. Na mente confusa, medito entre ser ou não ser, eis a questão... o tempo será o senhor para todas as curas.
- Èi, Seu Raimundo - cumprimenta-me um colega que se aproxima mansamente com uma enorme bolsa típica dos representantes de laboratórios que azucrinam os médicos quando estamos na espera,debaixo do braço, cheia de ferramentas, para e fica na porta em pé. Arreia-a no chão. Ele trabalha com esquadria de alumínio -"Vou fazer um serviço no teu vizinho barbeiro" - complementa com um sorriso irônico. Termino o meu breakfest e vou continuar el mi trabajo con los hierros.
10:45 - De uma manhã cinzenta, assim como o meu futuro com my lady Day - Meu amado filho passou para a aula particular, entreguei-lhe o seu jornalzinho, tomou-me a bença e continuou o seu trajeto. O dono da cruz veio busca-la... ainda faltava pinta-la. Pedi-lhe que senta-se um pouquinho enquanto terminava a função. Um senhor que não sei o nome, mas conheço de muito tempo perguntou-me quanto era o preço de um portão. As dez e meia, encerrei o meu expediente com a solda de um carrão de mão, aguardo o dono. Banho-me no fundo da oficina, enrolo o meu cigarro e venho sentar-me para ler e escrever... e lógico esperar algum cliente... o tempo passa lentamente e o meu pensamento esta centrado em Lady Day e a sua reação... uma musica suave no rádio aflora mais ainda os meus sentimentos... não posso menti-lha, a verdade sempre a verdade, doa o que doer.. rompa o que romper... mas a verdade tem que ser lida e ela lerá... como diz o grande Mestre "A verdade vos libertará" ...
12.52 - Na Lan de Fernando, apenas eu e um ventilador barulhento que zuni incessantemente nos meus ouvidos. Mas fora toda essa problemática existencial, devo confessar o encontro de ontem, foi divino e maravilhoso. Nos beijamos apaixonadamente como adolescentes que descobrem o amor... descobrimos que temos os mesmo gostos sexuais e que também existem diferenças fundamentais entre nós e que isso pode não nos levar a lugar algum, principalmente depois que ela submerge no meu universo paralelo. Mas Deus e ela saberão o que fazer... não menti e nem tão pouco trai, é uma questão de consciência - a desejo muito, mas estou preparado... vou sofrer barbaridades, mas saberei dar a volta por cima... Day, my Day foi muito especial esses três dias, me senti um rapazote. Andando de mãos dadas, nossos ardorosos beijos e nossa troca de confidencias intimas, nosso primeiro passeio, o primeiro e tímido beijo no ônibus ouvindo a minha canção favorita , aliás a nossa canção - nós nos identificamos com os mesmos gostos e sofrimentos. As duas noites no Viva, a lua e sua estrela solitária... parecia um sonho, um filme.. enfim - tudo de bom que nos precisávamos para alegrar as nossas solitárias almas.
Entregarei o Diário hoje a noite na Rodoviária. Ficarei só e triste... enfurnarei-me nos livros que ela meu deu e escreverei um novo romance.... apesar da poesia nos unir em completo... somos de mundos diferentes... completamente diferentes... mas ela lerá a verdade.. e cabe a ela decidir... o que decidir eu aceitarei... mesmo sofrendo... sairei como o eterno Carlito, sempre caminhando ao sol... pensando sempre em ti...




Extraido do livro do mesmo nome peblicado pelo Clube de Autores (www.clubedeautores) e o e;book pela Saraiva (www.sairava.com)
 
Autor
r.n.rodrigues
 
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