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Despedida - poetas húngaros (György Petri)

 
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“Mesmo não tendo sido ouvida
É para sempre a despedida.”
(N. Mihalkov, paráfrase)

Amigos, a canção chega a seu ponto
final. Adeus. Meu túmulo está pronto.
Poderia ter tido mais talento
ou trabalhado mais. Não deu. Lamento.

Se bem que acontecer desta maneira
seja um azar, admito, embora queira
viver mais, que bastou: não vale a pena
queixar-me de uma vida bela e plena.

Como esmeralda e jaspe no veludo,
meses preciosos ainda são, contudo,
gemas que ofuscam meu olhar contente;
cada aurora e manhã ainda é um presente.

Desfruto o que me resta e, glutão frente
a um gordo steak, roerei enquanto posso
meus derradeiros dias rente ao osso.

György Petri (1943-2000), poeta húngaro.

Arte por Eri Hanson.

 
Autor
AjAraujo
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