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Poemas Rupestres - I (Manoel de Barros)

 
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Por viver muitos anos dentro do mato
moda ave
O menino pegou um olhar de pássaro —
Contraiu visão fontana.
Por forma que ele enxergava as coisas
por igual
como os pássaros enxergam.
As coisas todas inominadas.
Água não era ainda a palavra água.
Pedra não era ainda a palavra pedra.
E tal.
As palavras eram livres de gramáticas e
podiam ficar em qualquer posição.
Por forma que o menino podia inaugurar.
Podia dar às pedras costumes de flor.

A poesia de Manoel de Barros (1916-2014), no ano que completaria 100 anos.

Arte por Christian Shloe
 
Autor
AjAraujo
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