Crónicas : 

FALANDO UM POUCO DE SUICÍDIO

 


Que motivos de maior pode haver para se cometer suicídio? A vida pertence a cada um e, cada um, deve saber o melhor a fazer dela. Acontece que tal acometimento contra a própria vida acarreta consigo outras pessoas, fazendo-as sofrer o inexplicável. Como se explica um suicídio no meio da Tribo? Que não encontrava seu espaço, seu estatuto, que era posto de parte pelos demais, por ser o mais fraco? Bom mas isso não é motivo para se tirar a própria vida, chega a ser um acto de misericórdia, que o deposto, supõe ficar nas mãos e pensamento de cada um da Tribo. É o seu derradeiro acto de vingança e egoísmo, porque não de vida.
Eu sou a favor do suicídio assistido, ou seja quando uma pessoa está ligada a uma máquina, sem ter consciência de nada, pois que se encontra há anos em coma, diz o bom senso que se deve desligar a máquina que lhe leva oxigénio. O mesmo acontece com os paraplégicos, que estão uma vida na cama, só podendo mexer a cabeça, assiste a essa pessoa viver ou morrer condignamente. Tal ainda não acontece pelos vis dogmas das Igrejas, que marcam bem fundo o subconsciente e discernimento, de cada um.
Agora o que se passou à coisa de dois dias, em que uma jovem, desmanchou o noivado com seu ex noivo, resolvendo este de seguida enforcar-se e tirar a vida aos dezanove anos, isso não cabe na cabeça de ninguém, porque ambos eram felizes e levavam uma vida saudável. Mas em alturas de desespero a pouca sabedoria a dor lancinante, só o fez encontrar essa saída. E agora, sua ex noiva, de 14 anos, os pais de ambos, como ficam no meio desta história toda? A paixão é uma coisa muito séria, que não se pode tomar de ânimo leve: a ele cabia falar com os pais ao telefone, já que estes se encontravam de viagem e esperar por eles para falar.
Não vejo o suicídio como pecado, imposto pelas religiões, mas como um último acto de misericórdia, de algum consolo, que só a vítima consegue encontrar, pois morre só, uma morte atroz e terrível.
Novamente chamo para aqui a Eutanásia, os governos têm de resolver este problema grave na Tribo. Se uma pessoa é doente e impotente para fazer sua vida, cabe a ela decidir viver ou morrer, a mais ninguém. Claro que isto é um acto melindroso, não vá acontecer criar-se essa lei e, por dá cá aquela coisa, qualquer um, em momento de depressão, saber que pode contar com o suicídio assistido, o que é muito fácil, e não é nem pode funcionar assim, mas para casos extremos. Quem nega esse direito às pessoas não tem coração, pior e mais aberrante quando vêm dizer que tal pessoa está nas mãos de Deus e que só ele para decidir. Seria fácil se Deus existisse e segredasse aos ouvidos de cada um em momentos aflitivos, mas todos sabem que não há nem nunca houve um Deus, criador do Universo.

Existiu sim um homem chamado de Cristo, um revolucionário, que, pagou, com sua própria vida, o que acreditava. Esse foi outro suicídio? Sim porque segundo reza a Bíblia, Cristo sabia quem o iria trair, pois que Judas era um inconformado, por seu Senhor nada fazer, contra os Romanos. Então porque não fugiu ele e disse “seja feita a Sua vontade”… isto não tem critério nenhum palpável, muito menos heróico.

Jorge Humberto
24/03/08

 
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