Poemas : 

AR-200623

 
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"São águas apenas /
Parecem que passam /
Aos olhares tão rápidas/
Embargando a voz/
Pois a favor das correntes/
Morrem todas as águas/
Na irremediável foz..."



(lembrando-me do remanso
que beiraram as margens
das imagens estáticas;
me deixo levar pelas correntezas...)
(é de um samba bossa que compus faz tempo)
 
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ZeSilveiraDoBrasil
 
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Enviado por Tópico
Rogério Beça
Publicado: 23/06/2020 05:20  Atualizado: 28/06/2020 03:09
Usuário desde: 06/11/2007
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Mensagens: 1949
 Re: AR-200623
Tem de arranjar outro título meu irmão.
Meio frio este AR - 200623.

"...Parecem que passam..."
Gosto da aliteração. Entre os S e os P entra uma relação de casal. O aparente, é um tratado de teoria para maluquinhos.
A ilusão de que o rio está parado, ao contrário do mar e as suas ondas maravilhosas e cheias de espuma, é um perigo. Não se nada num rio caudaloso (morte certa).
Como o teu verso diz, passam, e sempre.

Os últimos dois versos são um lugar comum, como um por-do-sol que se vê todos os dias. Perderá a beleza por isso?
A resposta é não, e sem samba e assim curto é a metáfora ao Homem que me interessa, pois, como um rio, temos uma nascente e uma foz, e por mais que sejamos contra-corrente não dá para evitar as fases que toda a vida tem. E a vida parece sempre curta, embora seja grande, como este poema.

Obrigado irmão
Aquele abraço