Prosas Poéticas : 

Caleidoscópio [parte 2]

 
O caçula da família já se move com autoridade
O que você faz quando o velho se vai
E você canta a mesma música?
Seu cabelo curto e bem cuidado
Seu pão e água já estão esfriando
Mesmo assim você sorri para todos
Dá de encontro com os olhares
Enquanto nos diz o que não ser
Mas como devemos ver
Para onde devemos correr
Em que devemos crer
Eu o vejo subir no pedestal
Com seus sapatos de fivela prateada
Com seus anéis nos dedos
Como um ídolo dos quadrinhos
Espera o socorro dos heróis da infância
Bem, faça sua vontade e testamento
Deixe Robin salvar o dia
Você aposta no número um
Quanto mais sábio terá carros maiores
Agora você quer saber a quem ligar
Seus super vigaristas
Um dia se indagará o quão grande você é
E então você finalmente
Vê que não há lugar na nossa mesa
Então, que diabos aconteceu
Onde está o lugar para você sentar
Vivemos um tempo que não aconteceu
Valorizamos a média, não o excepcional
As lendas eram mentiras do futuro
Ponha tudo isso à prova
Você acredita que o dia nascerá?
Veja lá! Você está apto para a paz
A pena do poeta é quase uma arma
As calçadas estarão vazias
Quando o último ônibus passar
Eu te revejo, escrevendo suas memórias
Para uma reedição em brochura
Do manual simplificado do escoteiro mirim





"Somos apenas duas almas perdidas/Nadando n'um aquário ano após ano/Correndo sobre o mesmo velho chão/E o que nós encontramos? Só os mesmos velhos medos" (Gilmour/Waters)


 
Autor
Sergius Dizioli
 
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