Poemas : 

Cotidiano

 
Dias de horror
Contaminam o belo
Não há rosa, não.
Realidade de lobos
Nenhuma flor
E toda flor
(frágil e desejada)
É perfeita quando morre
Tudo é mistério
Seara do impossível
Só há silêncio
Nenhuma canção
Frio e escuro
No brilho da espada
Só a morte
Se salva da morte



"Somos apenas duas almas perdidas/Nadando n'um aquário ano após ano/Correndo sobre o mesmo velho chão/E o que nós encontramos? Só os mesmos velhos medos" (Gilmour/Waters)


 
Autor
Sergius Dizioli
 
Texto
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Enviado por Tópico
Aline Lima
Publicado: 17/08/2023 19:36  Atualizado: 17/08/2023 19:36
Usuário desde: 02/04/2012
Localidade: Brasília- Brasil
Mensagens: 605
 Re: Cotidiano p/ Mr. Sergius
Olá, poeta.
Esse poema foi como um soco no estômago, né? Ele pega esses "dias de horror" e joga um holofote neles. Aquela imagem da "rosa" que não está lá e a ideia de que até a "flor" só é perfeita quando se vai... é tipo um abraço da tristeza.
É como se a esperança tivesse dado uma sumida.
E essa última parte, "Só a morte / Se salva da morte". Essa foi intensa... tipo uma reflexão profunda sobre a fragilidade da vida, onde até a morte parece ser uma espécie de libertação.
Você colocou em palavras aquilo que a gente sente, mesmo que doa.
Gostei muito.
Saudações.


Enviado por Tópico
ZeSilveiraDoBrasil
Publicado: 18/08/2023 14:38  Atualizado: 18/08/2023 23:07
Administrador
Usuário desde: 22/11/2018
Localidade: RIO - Brasil
Mensagens: 1928
 Re: Cotidiano
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Exatamente por há muito eu viver a crueza trazida no bojo do seu poema, qual escancara tantas realidades; levanto a cabeça cheio de esperança e sigo um solo de saxofone, por estreitas vielas, sob o luar e deixou a vida me levar...
Pra vc amigo meu, aquele abraço caRIOca!