Cinzano

Quando se fala em sonetos imagina-se logo uma peça sóbria e usual.
Quando se fala poemas e decepções logo se pensa num lugar comum.
Mas quem lê "Cinzano" logo percebe que o poema não se prende a nenhuma sobriedade e muito menos narra algum lugar comum. As rimas brincam por diversas formas (por bem) dispensando os padrões, o texto flerta com o surreal e os detalhes são pitorescos desde a bebida que dá nome ao poema.
Toda a construção é inusitada e o final contundente e cru. A soma de tudo mostra que o poeta pode exibir um leque de ousadia e transformar o que seria uma peça comum num poema raro. Gostei muito do que se transforma em invulgar apenas usando o simples. Um exercício excepcional. Saudações.

olá Gyl

ao ler.te foram projectadas no ecrãn da minha mente uma cadência de imagens. não sei se de um filme antigo mexicano, podia ser. imaginei.te tal Hemingway em " La Bodeguita" - Cuba, a beber mojitos enquanto segura entre dedos um belo Cohiba.
a dança era um tango e a bailarina cubana também de perna parda,não se foi e disse teu nome suspirando.

acho que não deves beber "Cinzano" (rsrsrs)

atenciosamente
HC

Este soneto parece-me ter saído duma noite em que o Poeta sonhou... gostei da «Tatuagem florida em parda perna», imaginei a tatuagem e o amigo a acercar-se mais intimamente, ou sou eu que sou marota, ou o poema .

Beijinho meu amigo.

Envolvente como um tango e o final nos leva por inteiro. Baita inspiração. bjs cruzeirenses