Poemas : 

Texturas

 



Vejo a tarde
nas ruas lavadas do silêncio

a distância imutável das searas
a embalarem o tempo.

Os contornos desarrumados que me habitam
a melancolia a sublinhar-me a curvatura dos ombros
ou as palavras onde me abrigo as horas.

E a contagem crescente das coisas
que me dizem de ti.

Sempre soube das linguagens desencontradas
que nos perderam no vazio

ou da dissonância das vozes
ao virar das páginas.

Basta-me agora o pouco da ilusão que
me foge

e me arrasta

a frescura da luz
diluída em janelas de ausência
a textura azul dos teus olhos na antologia da memória.






 
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maria.ana
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