Poemas : 

De um Desejo de Ser sem Saber - Acto 113

 
A bala perdida solitária a saber que não volta
Por esquecer dum caminho cada pedra pisada
Escondeu na vergonha das lágrimas ali caídas
A criança desertora lida nos diários da revolta
Traidor o soldado recusou o brandir da espada
E o mundo morreu com ele e outras sete vidas

Dos que seguiram à frente não chegou nenhum
Menos tempo e mais espaço no fim quase perto
Desdobrado entre tanto medo e pouca coragem
Que tinha sentido sem lhe trazer sentido algum
Toda a gente era agora o homem morto incerto
Um falso moralismo de estar sempre à margem

Abala perdida solitária a saber que ainda vem
É labirinto o sonho que te traz no pensamento
E a corda presa ao desejo estava de outro lado
Do avesso e de resto não foi de mais ninguém
Essa Loucura que foi insana por um momento
Inundou os olhos da tua liberdade e dela fado


A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma

 
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Alemtagus
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Enviado por Tópico
Aline Lima
Publicado: 29/01/2024 16:54  Atualizado: 29/01/2024 16:54
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Mensagens: 597
 Re: De um Desejo de Ser sem Saber - Acto 113 p/Alemtagus.
Caro Alemtagus,
Sua poesia é como um labirinto emocional que nos leva a refletir sobre a solidão, a desilusão e a busca por sentido. A forma como você aborda a temática da desorientação e da alienação é profundamente impactante.
A imagem da "bala perdida solitária" evoca uma sensação de desamparo e falta de direção. As metáforas, como a criança deserta e o soldado traidor, enriquecem a complexidade do poema, transmitindo a sensação de desespero e desconexão. Aprecio a sua habilidade em transmitir emoções complexas através das palavras.
Com admiração.
Aline.