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Chegou a minha hora

 
Ao desbravar-me sobre certas questões
relembro-me de todas as minhas infinitas ralações,
Vou de encontro ao meu lado mais
obscuro e menos perspícuo,
Nesses momentos concluo que todo
o meu recuo faz sentido.

Os fantasmas que retardam a minha felicidade
estreitam os corredores por onde eu passo,
Passeios passam a ser estradas que não reconheço,
Na confusão perco-me num labirinto matoso,
E é o medo que me petrifica no assombro.

Minha consciência diz-me que não estou sonhando,
E giram sobre mim sons animalescos e grotescos,
Tento ficar o mais quieta possível sem me mexer,
Mas sei que a morte me vem buscar,
Ali naquele lugar.

Já não se trata de um pressentimento,
Oiço vozes do outro mundo que ecoam pelo meu nome,
Fico roxa com o frio e meus membros relaxam e caem,
É o meu fim embora ali me sinta mais viva do que nunca,
Quanto muito para ti chegou a minha hora
E parti meio confusa.


 
Autor
Carla Costeira
 
Texto
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