Poemas : 

Os lenços são asas de gaivotas

 


Tão branca quanto o silêncio
que paira depois do que despede-se,
a dança das gaivotas acalenta o cais.

Deslizam coreografias que o mar escreve.
Riscam mapas invisíveis no céu.
Elas dançam como quem sabe que tudo é breve.
Que o voo mais belo precisa terminar em
algum pouso esquecido.

As gaivotas dançam leves e soltas, mas
os olhos...
os olhos carregam sal.

Talvez, ao vê-las, o porto chore
sem que o mar perceba.

Porque a dança das gaivotas é o lamento mais
elegante da partida.

É o corpo da liberdade com a alma
ainda presa no cais.





É meu corpo que escreve os meus poemas.
Minha alma é a sucursal da minha mão.
As palavras me buscam no silêncio.
Palavras são estrelas que reclamam
o papel branco: céu, constelação.

(Os Poemas - Lêdo Ivo)


Um sonho nem sempre cresce no lugar onde nasceu.
 
Autor
Amahnaiara
 
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