Ó espírito dos lugares, aquele que habita a pedra e o vento, aquele que faz do nada um abrigo e do silêncio uma morada escuta esta prece
Que todo deserto revele sua plenitude, que toda ausência se converta em presença, que todo céu seja chão para os olhos cansados.
Concede-nos a graça de criar lugares não com tijolos, mas com respiros; não com muros, mas com lembranças; não com mapas, mas com gestos da alma que toca e consagra o instante
Que cada coração seja templo, cada encontro habite um arco cada despedida seja círculo de fértil canteiro
Que um lugar seja de revelação Um milagre do mundo dizendo "aqui" e a humanidade respondendo "sou e pertenço"
Ó lugares invisíveis, sede infinitos em nós.
É meu corpo que escreve os meus poemas. Minha alma é a sucursal da minha mão. As palavras me buscam no silêncio. Palavras são estrelas que reclamam o papel branco: céu, constelação.