NO COLO DA LUA
No colo da lua
Aconchegada no colo da lua
Ouvindo cantigas de ninar
Parecia que eu era filha sua
Comigo ficava a embalar
As estrelas fiquei admirando
Refletiam mil cores ao luar
Emolduravam a noite enfeitando
Um belo quadro com seu cintilar
La na rua um poeta versejava
Para encantar a sua namorada
Na janela a mocinha suspirava
Feliz o escutava apaixonada
O sereno escorregou pelo meu rosto
Na madrugada querendo me beijar
Para mim tinha o mesmo gosto
Do beijo com o qual vivo a sonhar.
Carol Carolina
estampa e tecido
és o céu?
dar-te-ei o sol na ponta de um beijo
e se sorris nascerão estrelas
e afastarei nuvens
pra deitar-me lua
prata líquida de unção
derramar-me-ei
em tua pele nua
plena de luz
em ti
resvalarei seios
raios que
meneio
feito serpentinas
ou água cristalina
descendo de ribanceiras,
feita cortina
em teu peito
o véu do meu olhar
se romperá em mar
para enxaguar teus cabelos
encaracolados novelos...
és o sol?
deitar-me-ei céu
pra sentir teu roçagar
no corpo inteiro
Ode à lua
E cai pois tudo cai enquanto cai
E cai caíndo o mundo à sua volta
E volta nessa volta em que se vai
Soltando de uma queda que a não solta
E doi pois tudo doi quando se cai
E cai soltando um ai que se revolta
E vira e se revira e nunca sai
Do negro do queixume que a escolta
É livre sem ser livre, na verdade
É presa sem ser presa, que a prisão
Se estende a toda a sua liberdade
Mas usar da liberdade de expressão
Para prender-me, a lua, à sua mão
É um assunto de extrema gravidade
Na Madrugada
A madrugada é pra mim
o arroubo de súbito encanto
de algum lugar
suave canto...
não sei e ninguém sabe
de onde vem pra onde vai
misteriosa, discreta
liberando rocios...
frescores aromas, seus pendores
alvorada livre e nua ao lume
argêntino da lua
geme os amores...
quando intento frui-la
p'ra inspiração, desvanece
rompe novo dia
o sopro adormece...
Maria Lucia (Centelha Luminosa)
Apenas Mulher
se eu tivesse que ser flor, com certeza
não seria rosa e nem dália...
seria bromélia.
nasceria pendurada
na árvore que faz sombra
pra tua janela.
seria tua sentinela!
velaria teu sono a noite inteira,
e ao amanhecer, saudaria teu despertar
espreguiçado... teus braços estirados...
se eu fosse brisa...
seria arejos de montanhas,
que invade vales
deslizando por baixo de ramas...
despentearia teus cabelos
e abrandaria o calor
do teu corpo quente
e cansado...
se eu fosse água...
não queria ser de mar
e nem de rio,
tampouco de cascatas...
queria ser água de chuveiro,
pois assim, desceria todos os dias
no teu corpo inteiro...
se eu fosse fogo, queria ser de lareira...
aquelas chamas que aquecem
em tardes de inverno...
ficarias aconchegado e quentinho,
com vontade de degustar vinho...
e se fosse pra ser bebida,
com certeza seria este vinho
pra te aquecer mais ainda...
se eu fosse sol...
se eu fosse lua...
se eu fosse estrelas...
surgiria na cor azul
do céu de baixo da clarabóia
do teu quarto
se sol eu fosse,
não deixaria teu pensamento
escurecer. de amanhecer a
amanhecer sempre irias
me perceber.
se tivesse que ser lua,
faria festa em todas as fases
quarto crescente nos beijos,
pra quando ficar cheia,
ser prato sedutor de ceia...
quando minguante,
[interessante...],
ficaria seminua aos poucos,
até ficar nova... e nua!
eu sendo estrela,
seria cadente no teu corpo
deixando rastros de fogos
com afagos ou explosões de luz...
queria ser tudo a ti...
qualquer dia, hora... minuto qualquer
super poderosa sempre!
mas não posso...
sou apenas mulher!
Vitrine
Sob a luz do luar
Fulguro o teu olhar
Vitrine d'alma tua
Desnudando-me na rua.
Louco por me amar
Ri-se o meu olhar
Pois sei o que pensa
Na alcova sem pedir licença!
Mary Jun
"Ciclo"
"Ciclo"
Tão fugaz viver às vezes...
É um ciclo diário esse vai e vem
E assim sigo...
Tão apressada nem percebo
Que muda o formato da lua...
Que mudo constantemente...
Dentro e fora.
Urgente ansiedade
Em saber exatamente
O momento de abrir o coração
Sigo sem pressa...
Quase nenhuma bagagem.
Num infinito ir e vir,
E de tantas idas e vindas
A vida parece interminável
E um morrer, faz parte do ciclo
Que parece um renascer o dia seguinte
Ocultos anseios enfatizam
Ainda que surdinos, falam
Deixar a transparência vir à tona...
Para que se renovem às emoções
E recomece o ciclo...
Reinicie a vida.
Glória Salles
Além do Céu
Além do Céu
by Betha M. Costa
Olho para além do céu estrelado,
A doer nos olhos, à lua cheia oculta,
Por flocos de algodão doce azulado,
Tímida donzela, de longe escuta.
Na baía, chacoalhar das águas,
Música a propagar os ruídos,
E a dança de barcos coloridos,
Moças ao farfalhar das anáguas...
Do alto da sacada eu tudo vejo,
E a brisa tépida da noite de verão,
Arrepia-me a nuca como um beijo,
Ou um carinho morno de tua mão.
Enfim, a lua extravagante se desnuda,
Iluminam-se as flores no canteiro,
Eu em gritos de saudade muda,
Apago os meus sonhos por inteiro.
Devaneios
Sou mulher, sou sonhadora... às vezes desisto, em outras sou lutadora...
Ando com a cabeça na lua, mas também ponho os pés no chão, na rua..
Gosto do som e cheiro de chuva, do cheiro de quem eu amo...
Chego às nuvens quando feliz, mas vou ao calabouço, por um triz...
Que coisa, olha quem me diz
que tudo isso não é o bastante
pra viver e seguir?
A vida é bela, mas todos sabem que tem horas que o coração gela.
A vida é fogo, e todos sabem que todo mundo de louco tem um pouco.
O afago de um cão, o canto de um passarinho,
o farfalhar das folhas nas árvores, o caminho de um lagartinho....
O bailar das borboletas, em dias cheios de sol, um girassol...
Carinhos nos cabelos, um beijo roubado...
Tudo vale a pena quando, um dia, o sonho torna-se real...
Quando o que se espera sai do virtual...
E entra na nossa vida, entra para ser eterno, imortal.
Meu segredo
" Não contes a mais ninguém esse segredo,
em confidências, um dia, só a ti revelado,
foi instante de arroubo, esquecido o medo,
ou talvez pela emoção de estar ao teu lado."
Convido a todos para visitarem minha página de divulgação no Facebook
e conhecerem meus 25 livros publicados pela Clube de Autores
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