o sol põe-se como um sinal
o orago traça as linhas do voo do melro
e sugere-me: hoje, não adormeças.
Como assim, adivinho, se já tomei o comprimido.
não te deixes adormecer
Como assim, se me acabaram as palavras
se deixei de lhes escutar o silêncio
não pressinto mais a brisa do mar
nelas, as palavras.
abandonado aos pensamentos disformes, sem nome, sem rumo
só me falta levitar nesta falta de significado.
o meu cérebro é uma sebenta rabiscada,
as palavras falsas torturam-me quando se insinuam como vento e, impaciente, cedo às asas