gostavas do meu sentir. dizias que eu sabia sentir. como ninguém. surpreendeste-me. eu era assim e não sabia que ser assim, era saber sentir. e hoje ficas aí, nesse meu pedaço de céu azul, enquanto eu deixo que me leias, um eu diferente. apenas os teus olhos brilham como antes, engolem-me numa espiral imparável e eu vou. sorris com esse gesto de rosto inclinado como fazias quando te sentias preso, absorto pelas tuas palavras que se soltavam da minha boca. um dia perguntaste-me onde tinha andado aquele tempo todo, antes daquela vida tão una, mas partida.