[size=medium]Um dia vi a minha morte podia ser o título de uma poesia mas era tão horrível que chamar-lhe rodapé de cinzas seria um elogio
Nesses dias sombrios vi também, o meu cadáver mais de cinquenta anos de ossadas enterradas num cemitério de sonhos mas ainda estou aqui - é a minha vida!
e...
porque acreditei e acredito no milagre tu surgiste e és a profecia anunciada no dia em que eu nasci Amo-te até que um outro dia até que uma outra hora a minha morte liquide todos os movimentos e eu abandonado ao vazio do meu corpo morto preencha o espaço (desconhecido?) dentro do mundo onde buscarei desesperadamente... o interior do teu olhar e então pela primeira vez deitado no teu vestido feito de estrelas a luz da tua divina criação escreverá nas galáxias o nome que adoptei para que o meu e o teu lado sejam eternamente o universo brindado no big-bang do teu ser amado.
Segue minha alma sózinha Cansada de mais um dia Estranha esta vida minha Ora feliz, ou feita de melancolia. A tarde caíu! È noite fria, escuridão cerrada. Chora a saudade, Que em mim sentiu Hoje ser lembrança pouco amada.
Escondem-se as estrelas Também elas sentidas Choro eu e choram elas Lágrimas p'las nossas vidas.
Meu coração está em pranto Saudoso de claridade Seu desespero é tanto?! Que já nem cabe nele a saudade. Triste anda a Natureza Tão cansada quanto eu! Andam nuvens desesperadas no céu Em mim por perto a tristeza.
Porquê? Porquê tanto desespero!? Nesta noite a horas mortas, A escuridão me tráz o frio Já à saudade fechei portas. Deixei seu lugar vazio.
Já não sei o que quero Nem tão pouco o que não quero. Agora já só espero Vencer da vida as revezes Sorrir-lhe, ainda que em segredo. Mas sorrir-lhe muitas vezes.
O recomeço é a força de viver. Enfrentarei o amanhã se vier!
Cansei do escurercer. Encontro o repouso me deito. Se ao repousar morrer?! Será um morrer perfeito.
Sempre pelo seu nome para que você saiba o quanto é importante para mim.
Te chamo...
Toda hora, todo dia, Não importa se é noite ou dia, Se esta sol ou chovendo.
Te chamo
Para comigo dançar, para ouvir meu cantar para comigo ver o brilho das estrelas. Venha sentir o calor do meu corpo junto ao seu.
Te chamo
Para enxugar minhas lágrimas que no meu rosto escorre, Para tirar o peso dos meus ombros, quando eu os sentirem pesados Vem, olhe para mim e veja o meu sorriso , E seu sorriso toma conta de m'alma, venha me de um beijo...
Te chamo...
Junte suas mãos sempre as minhas, te chamarei sempre sussurrando no seu ouvido... Amor...meu amor.
Ai você vem com seu sorriso lindo que muito admiro. Quero você sempre do meu lado, para poder dizer: Amor! me chame quando precisar, porque eu te chamarei sempre. Pois você é meu grande amor...
Quando tudo adormece à minha volta Ponho-me a perscutar o Céu Minha imaginação fica à solta E aí vou eu! Subo bem alto ao céu brilhante E vejo o mar de raiva explodindo E a lua de olhar faiscante Deixa escapar um sorriso lindo.
Aí entrego meus ais ao vento Que os devolve à maré cheia E as marés os depejam em lamento Nas praias de fina areia.
Vejo a terra toda bordada E ao longe já vejo o dia E já bem acordada!? Deslizo na manhã fria! Varre-me o vento salgado E o sonho me é arrancado. Ele que meu desejo trazia. Voltar lá longe ao passado.
Porque haveria eu de ter nascido Se nem me é dado sonhar?! De que serve o sangue ter corrido Se dos olhos trago lágrimas a pingar. Às vezes me visto de encanto E o sonho a mim se enreda Lá subo ao Céu com espanto Com minha veste de seda.
Fico longe da tristeza E dos dias agonizantes Leve... uma pena em leveza! Saio das quatro paredes sufocantes E é tamanha a minha ventura Que no sonho sou donzela Esqueço até a desventura... E da infância?! Estou perto dela.
Varre-me o vento salgado E o Sonho, é-me à força arrancado.
Toda carta de amor é linda porque traz algum sonho do passado, saído do fosso das lembranças ou uma esperança lançada em chama a alvo incerto. Tem a sutileza das pequenas coisas, envoltas em aspirações profundas do nosso universo interior pouco explorado.
Amor é música aliada ao desejo de cantá-la em duo, na sala secreta da vida, sem platéia, longe dos aplausos de outras mãos que não sejam aquelas que lhe tocam.
Ao meu tempo (se é que o tive um dia), fui capaz de laçar ao ar estrelas, domesticar cometas, caçar vagalumes e iluminar caminhos escuros e tristes.Hoje nem uma vela já gasta encontro para clarear os meus passos trôpegos.Creio que perdi a luz ou não já sei mais onde vivem os vagalumes...
Temo a insanidade que me causa o amor.Aquela sensação absurda de rasgar as vestes e a alma, e entregar vida e morte - de mão beijada ou de bandeja - até mesmo para um rei malvado, que vai acabar um dia por enterrar tudo na vala comum de um cemitério de beira de estrada.
O mundo feminino é confuso e contraditório.Há briga diária entre o desejo que queima a pele e tatua o coração por dentro e a realidade do que é ou pode ser, escrita dentro da retina do olhar para fora de si.Mas, era das cartas de amor que eu deveria falar...
Hoje, das minhas veias, um verso saíu. Saíu de mansinho e não me feriu! Encostou-se à minha boca E logo exigiu, Ser partilhado na hora. E eu como louca Pú-lo porta fora. Ergue-te e avança! Mas cuidado, és ainda uma criança Não vá o Diabo tecê-las?! Que terra firme?!Que será de ti? Eu sei que à noite hà estrelas! Mas há solidão...que eu bem a senti!
Saiu da sala de jantar. Ninguém reparou. Desceu alguns degraus e baixou-se para tirar os sapatos de salto alto. Então, desceu o último degrau e sentiu a areia seca tomando-lhe os pés. Deu alguns passos seguindo o chamamento das ondas. Sentou-se, pousou os sapatos e abraçou os joelhos. A noite estava quente e húmida. O vestido branco agarrava-se à pele, do mesmo modo que, a espuma branca das pequenas ondas, se vinha agarrar à areia. Ainda conseguia ouvir a música tropical vinda da sala e as vozes sem palavras definidas. Tinha sido um jantar muito agradável. Tudo era bom e bonito. Perfeito, se não fosse a sua fome de silêncio e de solidão. Sentia-se bonita naquela noite, Sentia-se em paz. Mais ainda, ali sentada sozinha. Num ímpeto deixou-se cair para trás e ficou deitada. Olhou o céu azul escuro e viu milhões de estrelas. Definiu algumas constelações. Tentou definir caminhos de estelas. Complexos caminhos que lhe fizeram lembrar as estradas da vida. Viu as estrelas desalinhadas e iniciou um árduo trabalho de tentar alinhá-las. Pareceu-lhe possível. Mas, nessa noite sentia-se cheia de força. Uma força interior que nem sempre conseguia ter. Com a ajuda do mar, conseguiu mesmo alinhar alguns caminhos. Caminhos seus. Caminhos irreais. Talvez tenha adormecido. Decerto que sonhou e, só acordou, quando sentiu a presença de alguém perguntando o que fazia ali, tão só. Não era uma voz conhecida. Não era alguém que a procurava mas sim, alguém que a encontrou. Simplesmente respondeu que estava a alinhar estrelas. Ele sorriu e sentou-se ao seu lado. E só perguntou se podia ajudar…
Ainda hoje, tanto tempo depois, sinto, intenso, aquele cheiro a nós dois... Na boca ainda me arde o calor do teu rosto e ainda me deixo navegar nos teus beijos, em ondas quentes de fogo posto, com a vela içada de desejos!... Ainda guardo o toque dos teus dedos, como se fosse o mais precioso dos segredos... Entre as imagens que me povoam, continuas tu, sempre presente... Não tenho saudades, dessas que magoam, porque nunca, para mim, te tornaste ausente! Há anos que não sei de ti, mas a verdade é que nunca saíste daqui... Desengana-te, porém, se pensas que vivo à toa, pois o que tenho é apenas uma saudade boa!...
No coração Só quero as estrelas Que apagam as sombras Dos que foram E são Em sorrisos brilhantes Os meus amores Ternos E amantes
São Os que partiram Com o meu beijo De lágrimas de sangue E ficaram no momento Mais feliz de nós
Os outros Acenaram a sós Um adeus Perdido nos caminhos Do esquecimento E desaguaram na foz Do imenso mar Azul Onde nada resta Nem se distingue No meu olhar Fixo No sol nascente
Aspergi com o suor ácido da pele Às frondosas copas das árvores Milhares de braços abertos Que acolhem sinuosos caminhos Onde silente percorro o céu
Em minhas mãos delicadas Tomo as luas de saturno E montes de estrelas cadentes Posto-as sobre a cabeça como tiara A ornar os negros cabelos da noite
A ventania dos astros em desalinho Iluminada pelo sol nascente Soprou para longe do firmamento As órbitas das luas cheias Que me vazaram entre os dedos