daqui
telhados
ruas que não dormem
árvores que abrigam pessoas
e casas com folhas nos alicerces.
caminhas
entre pedras que te escutam.
eu vejo-te.
não sei para onde
mas sei que vais.
fico
presa no tempo de que falam
suspensa num céu que me segura
até o dia te devolver ao mundo.
quero tocar-te no ombro.
dizer: estou aqui.
mesmo que longe
a muitos abraços de distância
consigo tocar-te.
se vieres
levitamos.
subimos.
vemos o mundo em linha aberta.
vemos o fim que parece começo
vemos a rua onde deixaste um passo.
e eu?
fico
a ver o trilho que te levou
até desapareceres.