Agora, que as chuvas não tardam,
lembra-me o sol de teus olhos,
verdes, como a cor de nossas almas,
e éramos jovens, tudo era sem fim.
Corríamos sem parar, manhã afora,
e tudo acontecia com naturalidade.
Misturavam-se risos e lágrimas
de alegria, sempre assim, todo o dia.
Nunca um cansaço ou um desprazer,
que nos roubasse aos olhos o
estarmos juntos, na grande ilusão,
branda como as tuas mãos, nas minhas -
nos largos planos da vasta paisagem,
em tuas tranças tocando o meu rosto,
ou num beijo roubado, quando,
distraída, anteviam meus lábios nos teus.
Oh, Mimi, minha dulce menina, meu
amor primeiro, o único, o verdadeiro,
ainda resiste em mim essa lembrança de ti:
jovem flor, acabáramos de nos conhecer.
Jorge Humberto
04/08/2025