Ana Zanatti, ao prefaciar Sonetos de um Jovem Romântico (de Ricardo Louro, publicado em 2014), oferece uma reflexão poética profundamente emocional sobre a obra e o próprio autor. Ela destaca traços marcantes de sua sensibilidade literária e pessoal:
Caracteriza Ricardo como alguém "direto e ousado", cuja sensibilidade explode em sinceridade, sentimento e intensidade, quase antes de lermos os seus versos somos envolvidos por sua presença.
Fala da escrita dele como um ser vulcânico em permanente erupção, uma lava emocional, em transmutação contínua, que brota das profundezas e retorna, vestida de emoções exaltadas e extremas — um verdadeiro retrato romântico.
Realça a dualidade entre Vida e Morte na poesia de Ricardo: apesar do peso dramático, ele é Vida, talvez por justamente tanto se debruçar sobre a Morte.
A linguagem de Louro evoca fortemente o Romantismo do final do século XVIII, com uma subjetividade emocional centrada em temas como fé, paixão, saudade, solidão, intensificando essa expressão numa era contemporânea marcada por racionalismo. É um contraste poderoso e inesperado.
Zanatti menciona a apresentação pessoal de Ricardo, que chegou a conhecê-la por meio do poema "20 Anos", revelando uma dor oculta, essa interioridade construída em silêncio que, no entanto, se faz manifesto por suas palavras.
Ela sublinha uma transformação pessoal do autor: o Ricardo que parecia nascido “em dias de nada” reconstrói-se, faz emergir um “Novo-Ser, sem lastros, íntimo e oculto, com um Novo-Coração”.
Em síntese, Ana Zanatti apresenta Ricardo Louro como um poeta visceral, radicalmente emotivo, imbuído de um lirismo romântico e existencial, cujas emoções intensas revelam tanto uma dor profunda quanto uma força de renovação vital.
Ricardo Maria Louro