Eu é que sinto
Não sei ao certo,
O que pensar,
O que falar,
Tudo é incerto,
Em dias assim só apetece rimar,
E todos os dias são assim
que apetece amar.
.
Eu só tenho a certeza de ter uma vida,
Embebedada de gente metida;
Eu é que sinto, eu é que sinto,
Eu é que sinto, eu é que sinto
o sabor da minha vida.
.
Se tiver mais vidas para além de uma, bem,
serão minhas como a existência permitir,
Como as fases do meu sentir,
Sou eu que as sinto e mais ninguém!
.
Ana Carina Osório Relvas/A.C.O.R
O meu sentir
O meu sentir
Sentimentos meus
Que abastece meu eu
E não me deixa fingir.
Agarrados ao peito
Aninhados como um pássaro
Quer voar, mas permanece avaro
Machuca não tem jeito.
Sei que sou tristonho
Ha motivos que não digo
Em meio as lágrimas sigo
Fingindo um ser risonho.
O meu sentir
Que é meu somente
Em minha alma latente
Não falo, para não mentir.
Nereida
https://novanereide.blogspot.com
Sentir cansa
Cada vez sinto menos
Tanto menos
Quanto mais
Penso
Cada vez penso mais
Tanto mais
Quanto menos
Sinto
Sentir cansa
Sentir muito cansa
Imenso
E para aliviar
Penso
Sem descanso.
Nos passos da morte
Recolho-me na concha vazia da alma
E isolo-me neste mar de palavras
Ingratas e impuras,
Inquieta, amedrontada…
(Como se me pudesses descobrir aqui).
Tapo-me com o manto negro
Da escuridão agreste
E sigo secretamente
Os passos da morte…
(Como se te importasse onde vou).
Invisível a teus olhos
Recebo rosas falsamente perfumadas
De vida e de mar,
Com espinhos cruéis que me ferem…
(Como se me sentisses).
Esculpo esta forma de querer
Esculpo nas minhas mãos
esta forma de te querer
Nos meus lábios o aveludado
dos sabores primaveris
e dos aromas florais
que perfuma a minha alma ímpia
Nos meus olhos o verde
das folhas secas
que deslizam
arrancadas
suavemente pelo vento
num presságio outonal
Nos meus braços…ah nos meus braços
o aconchego da paz
numa energia estonteante
deste viver cósmico
na simplicidade de existir
No meu corpo escaldante
o toque salpicado da macieza refrescante
que acaricia os poros da minha pele
na sofreguidão infinda de te sentir
Escrito a 02/06/09
Calei as madrugadas
Calei as madrugadas
Que me chamavam
Em gritos de notas desafinadas
E com pérolas geladas
Atiradas no meu peito
Sem dó.
Pus fim às suas garras
Que me tiravam do sonho
Para prenderem as minhas lágrimas
Em pesadelos de fortes amarras
Em labirintos sem caminhos
Para ir ao teu encontro.
Lutei,
Lutei
E lutei
Contra as noites
E contra mim.
Tão cansada fiquei
De lutas sem fim
Que adormeci
No dia
Que era destinado
Para ti.
Ao acordar
Sozinha
Nem sequer vi
Quantas foram
As folhas de calendário
Que tombaram secas
Marcando os dias
Desde que te perdi.
O milagre tinha acontecido!
Já me tinha esquecido
Do tanto que por ti
Senti…
Pudesse eu, andar pelas calçadas
Pudesse eu, andar pelas calçadas,
olhar a transparência dos gestos,
no mistério que veste os dias.
Pudesse eu, vislumbrar em cada olhar,
uma alma que se eleva, leve e solta,
desprendida de um qualquer olhar cego,
na nitidez dos silêncios e das palavras.
Pudesse eu, sentir na imprecisão
dos dias a amabilidade e iniciativa
vestida de cuidado,
como uma moldura de sensatez
e responsabilidade.
Pudesse eu, esperar a alvura
o olhar em dedicação, na margem
de todos os caminhos da inconstância,
sentir a esperança brotar levemente,
bem docemente, emancipada,
voluntariosa e precisa.
Pudesse eu, desfazer as realidades
desafiadoras, na inexistência
e todas as realidades que me rondam.
Pudesse eu, ver a bondade,
na imensidão que se expõe
tão inacessível e arrepiante
à voz da indiferença.
Pudesse eu, sentir a leveza de tudo
e munir-me de certezas,
ainda que o vácuo
da desesperança se levante.
Pudesse eu, deixar sair de mim
esta criança inocente, segurar
na sua mão, fitar o seu rosto angélico,
reerguer um novo existir,
e em novidade de vida,
de peito aberto e afoito,
receber em mim
esta quietude, num olhar
longe de mim, mais perto de Deus.
Alice Vaz de Barros
Já nada sente
Quero sentir mais
Muito mais
Ir para além das estrelas
Falar com a lua
Subir acima do teu beijo
Voar com o teu abraço
Enrolar-me no teu cabelo
Afogar-me no suor do teu corpo.
E no veneno dos teus lábios
Contagiar-me de frieza
Para na próxima negação
Sentir-me louco,demente
Essa sensação de quem
Já nada sente
Amor por mim, por ti, por tudo, amor pelo mundo.
De tudo que há no mundo
apenas um verdadeiro sentimento, ao fundo
que reflete e preenche-nos de cor
por onde tudo anda
onde de felicidade não há demanda,
é ao que todos chamam amor.
Quando se é agraciado
por este sentimento iluminado
se esquece tudo
até mesmo que existe dor.
Haaa...é tão bom, mas tão bom o amor.
Mesmo que não dure,
mesmo que meu peito perfure,
mesmo que seja sempre
apenas um sol a se por.
Vale!
Mesmo que por um segundo
sentir-se imersa, até o fundo
deste oceano-mundo
chamado sentimento, amor...
Deito-me à tua praia
espero que de mim nunca mais saia
este sol que me bronzeia
este sentimento que gera calor...
AMOR!!!!
Vale uma eternidade,
vale a felicidade
vale um segundo
de um desabrochar de uma flor.
Que se abre ao mundo
prefumando, preenchendo de cor...
AMOR!!!!
eu quero e não quero trocar-te por um fim
eu desejo e não desejo o teu amor
eu desejo e não desejo troca-lo por uma flor
eu tenho e não tenho por ti uma grande dor
eu tenho e não tenho troca por um cálice de licor
eu posso e não posso ter a tua mão
eu posso e não posso troca-la por uma ilusão
eu sonho e não sonho ter-te comigo nua
eu sonho e não sonho trocar-te pela lua
eu sinto e não sinto andar contigo no mesmo caminho
eu sinto e não sinto sair a voar como um passarinho
eu choro e não choro por esta minha desgraça
eu choro e não choro por detrás de uma vidraça
eu quero e não quero amar-te assim
eu quero e não quero trocar-te por um fim