Poemas : 

volátil

 
penetrou pela fresta
da janela da marquise
entre espadas de são jorge
e orquídeas de belize
e só escutava o seu canto
arrebatado de espanto

compreendeu nessa altura
a beleza madura
da certeza escondida
na troca da ânsia
pela fragrância
da ousadia reprimida

 
Autor
Benjamin Pó
 
Texto
Data
Leituras
66
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
7 pontos
1
3
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Beatrix
Publicado: 25/08/2025 06:47  Atualizado: 25/08/2025 06:51
Colaborador
Usuário desde: 23/05/2024
Localidade:
Mensagens: 707
 Re: volátil / Benjamin Pó
.
Olá, Benjamin.

Começo pelo título, volátil. Com sentidos distintos, a palavra pode assumir aqui vários papéis. Pois eu escolheria "aquele que voa", um "voador", seja ou não uma ave.

A entrada na marquise, por entre plantas cheias de significado, como as orquídeas de belize (figos) e as espadas de São jorge (proteção), é feita cantando. Em espanto. Como o que descobre de repente que é capaz de voar e cantar por sítios belos e desconhecidos.

E como é bom quando se dá a descoberta da verdade, da beleza certeza. Ainda que à custa de uma repressão densa.

Fabuloso, como sempre.
Obrigada!

Ab
Beatrix