Nos mármores debruados da minha janela,
com as águas do rio correndo em seu leito,
dispostas em cristais ao sol da manhã,
é que me debruço inteiro sobre o meu peito.
Lá descanso meus olhos fantasiando mares,
refúgios da história que a memória guarda.
Buscando do hercúleo atlântico a narrativa,
que hoje escrevo e sublevo em folha parda.
Oceano profundo dos sete mares enlevados
sonho-os eu desde o meu pequeno quarto;
há quem nem isso tenha e seja feliz assim,
como quem vive contente em ter seu jardim.
Cada um, há sua maneira, gera seu “parto”:
que os sonhos existam e sejam consumados.
Jorge Humberto
28/08/25