Crónicas : 

A FIDELIDADE E O SER-SE FIEL

 

A fidelidade é o prenúncio para se fazer alguma coisa de concreto, com toda a confiança e à vontade. É acreditar no outro até ao fim, dando-lhe todas as expectativas para concretizar o seu trabalho. A fidelidade entre um casal é o máximo do bem-querer, querer bem. Quem é fiel anda com a verdade na boca e não precisa de esconder nada nem omitir. A esperança firme num objectivo, quando coadjuvado pelo outro, é a fidelidade em pessoa. Ser-se fiel é ser-se para o outro, o que queremos para nós próprios. A fidelidade é a fé que se deposita no outro, com toda a familiaridade.

Ser-se fiel nos propósitos é concretizá-los, para nosso bem e para bem de outro alguém. Fidelidade é transformar um sonho em realidade, sendo fiel aos seus princípios. Ser-se fiel é a conformidade da ideia com o objecto, do dito com o feito, do discurso com a realidade. Ser-se fiel é ser-se verdadeiro, nunca traindo a confiança que outro alguém depositou em nós. Fidelidade é a expressão máxima de um princípio, donde se baseia a confiança entre as pessoas, que fazem parte de uma comunidade. Ser-se fiel é ser-se auspicioso e atrevido nos seus actos, pois sabe que está fazendo o bem, em prol de si e dos demais.

A fidelidade é a coragem proveniente da convicção no próprio valor. A fidelidade é a fé que se deposita em alguém, até ao extremo da nossa essência. A fidelidade é a realidade transformada em algo de concreto, valorizando-se e valorizando o outro. A fidelidade é o acreditar nas pessoas, nos povos e nas nações, tudo fazendo para que a verdade supere as diferenças existentes. A fidelidade consegue ultrapassar quaisquer dificuldades, pois acredita em si e nos outros e tem veracidade. Quem é fiel não se esconde, pois não tem nada a omitir ou ocultar, para que outrem não ache.

Ser-se fiel é ser-se crente nas suas acções, que são dirigidas a outra ou a outras pessoas, com veracidade. Fidelidade é a exactidão das palavras, que proferimos com toda a coerência, existente em nós. A fidelidade é contrária à mentira, e à sustentável leveza do ser. A fidelidade não admite desconfiança, mas uma firme presença de espírito, que leva à verdade. Ser-se fiel é ser-se autónomo, pois que as outras pessoas têm noção de nossa certeza, que se exprime com clareza. Reina a fidelidade entre um casal ou entre pessoas, quando esta se abstém do seu subjectivismo. Ser-se fiel é lidar com a realidade como ela se apresenta ante nós.

A fidelidade é inerente ao amor e não aceita promiscuidades nem desordens, que
atrapalhem a vida das pessoas. A fidelidade é circunspecta e avalia todas as situações, antes de se posicionar. A fidelidade é moderada e séria nos seus objectivos. Usa de prudência para se sintonizar com a companheira, elevando-a aos píncaros das mais altas montanhas. Às vezes tem dúvidas, o que é normal, mas é conversando que tudo se acerta e a fidelidade assume o seu papel de moderadora, de acções e gestos, que se querem verazes. Ser-se fiel é conjugar dois factores: o bem e o mal, com o bem a sobressair perante o infiel.

Jorge Humberto
26/08/10



 
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jorgehumberto
 
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