Pulsa a vida por mais que o frio embace
as vidraças que te mostram, sonhada
Num lapso de ausência, desenhada,
Com hálito e dedos, a tua face.
E como se esses contornos beijasse,
O calor do sol na boca molhada,
Outro rosto de esperança cansada,
Renasce a cada traço que se trace.
Ninguém o faz nem sonha, porventura,
Todo o sonho é eterno enquanto dura,
E dura enquanto durar na sua arte…
Faço-o e sonho-o eu nesta procura,
Crua, doida e incessante e de encontrar-te,
Sem te procurar em nenhuma parte.
26 de Janeiro de 2011