O fim do mundo vem quando adormeço,
Nos braços magros de quem já não és,
No teu colo em que fui, desapareço,
Passo pelas essências resvés.
Dura o sono um conto de zero a dez,
E quando acordo do sonho me esqueço;
Corro a memória de lés-a-lés,
Não estás, tudo existe e desfaleço.
Afinal as pálpebras escoradas,
Quanto me transformam bom e pacífico!
Dão-me o cansaço, mas assim prefiro…
O repouso das noites adiadas,
Chegará num dia de sol, magnífico,
E no seu ocaso ouvir-se-á um tiro.
23 de Julho de 2010