Neste comboio, numa carruagem,
Bem junto à fornalha que não existe,
Admirando a paisagem que não viste,
Embarcou a utopia de viagem.
Trouxe o sonho e a alegria na bagagem,
Mais um planeta onde ninguém é triste,
E uma mala que nem sequer abriste,
Só eu sei que lá dentro vai a coragem.
Apita e range, fura multidões,
Mata a fome em todas as estações,
Tu-tu! Não ouves o seu chamamento?
E o povo esconjurando maldições,
Catando os dons dispersos pelo vento,
Perde o comboio que lhe leva o alento.
09 de Março de 2011