A besta adormecida despertou,
De ninguém fez-se alguém, na descoberta
do que nunca foi e uma coisa é certa;
A besta desperta se levantou!
Pegou numa caneta e assim se armou,
De papel o peitoral que se aperta,
E por escudo a lonjura deserta,
A besta em pessoa se apresentou.
Cérbero matou Hades e fez-se homem,
Tomou asas de anjo exterminador,
Vingador de doçura reprimida…
Indiferente aos anos que o consomem,
Se o tempo lhe deu algo foi torpor,
E força extraída de cada ferida.
17 de Março de 2011