Ao calor do Verão, calor ardente,
Onde te encontro, pensamento alado?
Sob a copa das árvores, deitado?
Diz-me porque me foges, simplesmente.
Já te vi morto e frio, de tão doente,
E tu a mim louco e desesperado,
Rimos e ignoramo-nos no passado,
Quando deixei de ser para ti gente.
Escuta. Estou aqui de olhos fechados,
Não morto, apenas comendo umas uvas,
Chama-me. Precisamos de falar…
Apertemos as mãos, sem punhos cerrados,
Façamo-lo antes da vinda das chuvas,
Onde estou? Ao sol, que me há-de matar.
11 de Agosto de 2011
Viriato Samora