Vem a luz rasgando a noite submissa,
Fugida do colo de um tempo incerto,
Que tudo teve nada por premissa,
Um sol imaginado e encoberto.
Almeja finalmente o peito aberto,
Como uma bandeira ao vento que se iça,
Um querer longínquo que está perto,
Um orgasmo eucarístico na missa.
E tudo vem e vai com sentimentos,
Mais do que se pensa, crê, sabe ou diz,
Tão gerada e certa é a cicatriz…
Seja essa a luz da união mais feliz,
Candeia nas trevas destes tormentos,
Que palavras, pois, levam-nas os ventos.
04 de Julho de 2005,